Milhares de pessoas protestaram neste sábado (19) em Londres contra a decisão da Suprema Corte do Reino Unido que define legalmente o termo “mulher” com base apenas no sexo biológico. A manifestação aconteceu na Praça do Parlamento e reuniu principalmente jovens, que carregavam cartazes com frases como “As mulheres trans são mulheres” e “Pessoas trans não são o inimigo”.
A decisão foi tomada na última quarta-feira (16) e pode afetar diretamente o acesso de mulheres trans a espaços exclusivos para mulheres, como banheiros, enfermarias, abrigos e clubes esportivos.
Mesmo com a garantia de que a proteção contra discriminação continua valendo, grupos LGBTQIA+ afirmam que a medida representa um retrocesso nos direitos das pessoas trans.
A manifestação foi organizada por sindicatos e organizações ligadas à causa trans e LGBT, que também preparam um novo protesto para os próximos dias em Edimburgo, na Escócia. “A ideia é pressionar o governo e mostrar que a comunidade trans não está sozinha”, afirmou Avery Greatorex, da organização Pride in Labour.
A decisão da Suprema Corte foi comemorada por grupos feministas que defendem proteções com base no sexo de nascimento. Do outro lado, ativistas trans reagiram com indignação. “Isso não é feminismo, é intolerância”, dizia um dos cartazes levantados por manifestantes.
O governo britânico afirmou que a medida traz “clareza” à aplicação da lei e reforçou o apoio a espaços exclusivos para homens e mulheres. Já o primeiro-ministro Keir Starmer não comentou publicamente sobre o assunto.
Organizações como Stonewall e TransActual UK disseram que a decisão abre espaço para mais exclusões e pode desestimular pessoas trans a buscarem ajuda e reconhecimento legal. Para elas, a mobilização é só o começo de uma luta para reverter os efeitos da medida.