Lula pede que Macron “abra seu coração” para acordo com Mercosul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou à imprensa, nesta quinta-feira (5), em uma coletiva realizada em Paris, ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron. Durante a fala, ele afirmou que quer fechar um acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) durante seu mandato de seis meses como presidente do bloco sul-americano.

Durante o discurso, Lula cobrou publicamente o apoio da França ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. O país vem adotando uma postura protecionista para resguardar os produtores rurais, o que resultou em um atraso na implementação do acordo.

Lula também afirmou que não deixaria a presidência sem concluir o pacto com a UE, e pediu para Macron “abrir o coração” para a possibilidade.

O presidente destacou a preocupação com o meio ambiente e disse estar disposto a conversar diretamente com os agricultores franceses para “mostrar o que eles vão ganhar” com a assinatura do documento.

Lula desembarcou na quarta-feira (4) em Paris para uma visita de Estado à França. Ele se reunirá com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, ainda nesta quinta-feira, antes de receber uma homenagem na Academia Francesa. Ele seguirá no país até a próxima segunda-feira (9).

Faixa de Gaza

O presidente Lula fez um apelo, em visita oficial à França, pela reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e cobrou que o reconhecimento do Estado palestino é um “dever moral” de todos os governantes do mundo.

Lula disse que os palestinos são tratados como “cidadãos de segunda categoria”, acusando Israel de estar cometendo um “genocídio premeditado” contra crianças e mulheres na Faixa de Gaza. O chefe de Estado brasileiro se emocionou durante a fala e afirmou que as grandes potências mundiais precisam dar “um basta” nos ataques contra a população de Gaza.

Ele também lamentou a forma como o mundo se cala não apenas da crise no enclave palestino, mas também na guerra na Ucrânia e na atual situação no Haiti.

Guerra entre Rússia e Ucrânia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (5) que a “insanidade” por trás da guerra da Rússia contra a Ucrânia “está mais que provada”. A declaração foi feita a jornalistas ao lado do presidente Emmanuel Macron.

Lula disse que, desde o início do conflito, o Brasil tem se posicionado contra a ocupação do território ucraniano.

Durante a fala também foi relembrado a declaração conjunta que assinou junto à China exaltando as iniciativas de um cessar-fogo entre a Rússia e Ucrânia. Ele pediu que o presidente Vladimir Putin participe pessoalmente das negociações como um sinal de “construção da paz”.

O chefe do Executivo citou a ofensiva comandada por Volodymyr Zelensky e afirmou estar “preocupado” com a retaliação que pode acontecer por parte da Rússia após ter 41 aviões de combate destruídos.

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