Lula na COP30: “Emergência climática é uma crise da desigualdade”

Presidente discursou em abertura da conferência climática nesta segunda-feira (10), em Belém
Foto: Reprodução/BandNews

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, durante a abertura da 30ª Conferência das Partes (COP 30), que a governança global precisa contribuir a favor de uma transição justa para economias de baixo carbono que evite um colapso climático planetário.

“Uma transição justa precisa contribuir para reduzir as assimetrias entre o Norte e o Sul Global, forjadas sobre séculos de emissões. A emergência climática é uma crise de desigualdade. Ela expõe e exacerba o que já é inaceitável. Ela aprofunda a lógica perversa que define quem é digno de viver e quem deve morrer. Mudar pela escolha nos dá a chance de um futuro que não é ditado pela tragédia.

A declaração foi dada nesta segunda-feira (10), na primeira edição do evento realizada na Amazônia, o bioma com a maior biodiversidade do planeta e um regulador do clima global -, a COP30 tem o enorme desafio de recolocar o tema das mudanças climáticas no centro das prioridades internacionais.

Lula enfatizou que o aquecimento global pode empurrar milhões de pessoas para a fome e a pobreza, fazendo retroceder décadas de avanço, e lembrou do impacto desproporcional que mudança do clima causa sobre mulheres, afrodescendentes, migrantes e grupos vulneráveis, o que deve ser levado em conta nas políticas de adaptação.

Crítica aos negacionistas

Em seu discurso, Lula fez duras críticas aos que negam a ciência e usam a desinformação para contrariar as evidências trágicas das mudanças no clima global. Ele repetiu fala anterior de que a COP30 será a “COP da verdade”.

“Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo. Eles controlam algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Atacam as instituições, a ciência e as universidades. É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas.

Coração da Amazônia

Ainda, no início do discurso, o presidente ressaltou os desafios de realizar o evento na Amazônia, tendo em vista as questões estruturais que foram necessárias articular para que o Brasil pudesse receber o evento.

“Trazer a COP para o coração da Amazônia foi uma tarefa árdua, mas necessária. A Amazônia não é uma entidade abstrata. Quem só vê floresta de cima desconhece o que se passa à sua sombra. O bioma mais diverso da Terra é a casa de quase 50 milhões, incluindo 400 povos indígenas, dispersa por nove países em desenvolvimento, que enfrentam imensos desafios sociais e econômicos”.

A COP 30 iniciou nesta segunda-feira (10) e vai até a sexta-feira (21), com uma série de negociações e painéis sobre temas emergenciais e debates climáticos.

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