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Bolsonaro: “Por enquanto, sou candidato”

Ex-presidente afirmou que está sendo perseguido politicamente, negou articulação para tarifação imposta por Trump e disse que continua se apresentando como opção para as eleições de 2026
Reprodução: BandNews TV

Em entrevista exclusiva à BandNews, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que está sendo perseguido politicamente e que a operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal em sua residência nesta sexta-feira (18) teve como objetivo desgastar sua imagem. A conversa foi conduzida pelo repórter Túlio Amâncio, diretamente do escritório do Partido Liberal, em Brasília.

Bolsonaro comentou a ação da PF que ocorreu por volta das 7h da manhã. Segundo ele, os agentes vasculharam cômodos da casa e levaram um pendrive, dólares em espécie e um celular. O ex-presidente declarou nunca ter usado um pendrive e afirmou que os 14 mil dólares apreendidos estavam declarados e haviam sido sacados legalmente de sua conta.

Ele também criticou o inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado, dizendo que estava fora do Brasil no dia 8 de janeiro de 2023 e que a acusação é infundada. “Como não têm nada contra mim, sobram essas questões”, disse Bolsonaro ao comentar a investigação.

Durante a entrevista, Bolsonaro negou qualquer envolvimento com a recente taxação de 50% imposta pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Apesar de o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro ter comemorado a medida como resultado de articulação política, o ex-presidente afirmou que Trump agiu de forma autônoma. “Ele tem interesses próprios para cada país”, disse.

Questionado sobre se cogitou fugir do país, Bolsonaro negou e argumentou que tem valores em conta bancária no Brasil. “Tenho uma boa quantia no banco. Não cogitei fugir para lugar nenhum”, afirmou. Ele também negou ter mantido contato com embaixadas ou qualquer plano de pedir asilo político.

O ex-presidente também criticou a proibição de manter contato com o filho Eduardo Bolsonaro, que também é alvo do inquérito. Ele ironizou a medida e disse que “nunca vi um pai não poder conversar com o filho”. Segundo ele, está proibido inclusive de manter contato indireto por terceiros, como a esposa de Eduardo.

Mesmo assim, Bolsonaro afirmou que continua se colocando como candidato para as eleições. Ele disse que, se houver possibilidade de reversão da sua inelegibilidade, estará disponível para concorrer. Embora não tenha especificado qual cargo pretende disputar, acredita que sua situação jurídica pode mudar até o momento da disputa eleitoral.

Questionado sobre sua atuação política diante das restrições impostas, Bolsonaro afirmou que seguirá trabalhando dentro do partido e buscando manter sua influência. Apesar das dificuldades, pretende continuar sua participação política e articular estratégias para o próximo pleito.

A entrevista foi encerrada antes das 17h, a pedido da equipe de Bolsonaro, para que ele pudesse cumprir as medidas cautelares determinadas pela Justiça. Ao fim, o ex-presidente reafirmou que considera as decisões contra ele uma injustiça. “É uma covardia. Não fiz nada de errado. Se tivesse feito, não estaria aqui”, concluiu.

Confira a entrevista completa na íntegra:

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