A juíza Julieta Makintach renunciou ao julgamento da equipe médica de Diego Maradona nesta terça-feira (27), em meio a um escândalo envolvendo um documentário supostamente não autorizado sobre o processo. A decisão foi tomada após pressão da Procuradoria, que revelou detalhes da produção, intitulada “Justiça Divina”. O projeto, que contava com seis episódios e trailer já finalizado, pretendia reconstruir a morte do ex-jogador e destacar a atuação da magistrada durante as audiências.
Makintach alegou inicialmente que havia concedido apenas uma entrevista para uma amiga de infância, mas o Ministério Público apresentou provas de que a produção era muito mais ampla. A juíza também é acusada de permitir a entrada de cineastas na sala de audiências, enquanto o trabalho da imprensa foi restringido. Diante da controvérsia, o tribunal argentino suspendeu o processo no último dia 20 de maio por sete dias, a pedido do Ministério Público, para investigar a conduta da magistrada.
O julgamento, iniciado em 11 de março, apura se houve negligência médica na morte de Maradona, que faleceu em casa aos 60 anos, em novembro de 2020, vítima de insuficiência cardíaca após uma cirurgia no cérebro. Sete profissionais de saúde respondem por “homicídio simples com dolo eventual” e podem pegar de oito a 25 anos de prisão. Um oitavo réu será julgado por júri popular em julho. A Justiça argentina ainda não informou como a renúncia de Makintach impactará o andamento do caso.