Israel participa de tratativas para encerrar guerra em Gaza

Proposta dos EUA reacendeu esperanças de cessar-fogo
Foto: Reprodução/BandNews Tv

Nesta segunda-feira (6), a delegação do governo israelense chegou ao Egito para participar, pela primeira vez, das tratativas que buscam uma resolução para a guerra entre Israel e o Hamas, que já se estende por quase dois anos. A reunião ocorre no contexto de uma proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos, que reacendeu as esperanças de um possível acordo.

Representantes americanos e lideranças palestinas já estavam reunidos no Egito desde o fim de semana. A rodada de discussões de domingo foi considerada promissora, levando otimismo à Casa Branca quanto à possibilidade de firmar um acordo ainda nesta semana. No entanto, o Hamas alertou que ainda há muitos assuntos sensíveis a serem resolvidos antes de qualquer conclusão definitiva.

Em uma publicação nas redes sociais no último domingo (6), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou as negociações como “muito bem-sucedidas” e afirmou que o processo está avançando rapidamente. Segundo ele, a expectativa é de que a primeira fase do acordo seja concluída ainda nesta semana.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também demonstrou confiança, dizendo que as conversas devem durar apenas mais alguns dias e que espera anunciar em breve a libertação de todos os reféns israelenses mantidos pelo Hamas.

As negociações em curso se concentram na primeira fase de um plano de 20 pontos elaborado por Trump, que inclui: um cessar-fogo imediato, a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos e a retirada parcial das tropas israelenses de Gaza. O plano também prevê uma futura transição de poder em Gaza, com o Hamas abrindo mão do controle do território.

Apesar dos sinais positivos, os desafios continuam. Entre os pontos mais sensíveis estão as condições da retirada militar israelense e a logística da libertação dos reféns — incluindo a possibilidade de o Hamas não conseguir localizar imediatamente os corpos de alguns que estariam soterrados sob os escombros. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) se ofereceu para atuar como mediador humanitário nesse processo, como já fez em ocasiões anteriores.

Outro fator que complica as tratativas é a pressão interna sobre o governo de Netanyahu. Membros da ala mais à direita de sua coalizão, como o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ameaçaram deixar o governo caso o Hamas continue existindo após a libertação dos reféns. Além disso, o pedido da delegação palestina para a libertação de prisioneiros políticos populares, como Marwan Barghouti, encontra forte resistência por parte de setores do governo israelense.

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