O governo de Israel aprovou, nesta quarta-feira (20), o plano para ocupar a cidade de Gaza, capital do enclave palestino. As Forças Armadas israelenses estão realizando operações constantes no local, incluindo bombardeios e aproximação terrestre de tropas.
O ministro da defesa do país, Israel Katz, também aprovou o aumento no contingente militar para ocupar a cidade. A expectativa é que pelo menos 60 mil reservistas que não estavam nas linhas de frente sejam convocados para a operação, que faz parte do plano maior do governo de Benjamin Netanyahu de ocupar 100% da Faixa de Gaza.
A ação de Israel aumenta a pressão da comunidade internacional por um acordo de cessar-fogo em Gaza. Nessa semana, o Hamas aceitou uma proposta apresentada por Egito e Catar que prevê uma trégua de 60 dias, a libertação parcial de reféns em duas fases, a retirada de tropas israelenses de partes do enclave palestino, e a garantia de entrada de mais ajuda humanitária.
Mesmo com a aprovação do Hamas nesta e em outras propostas apresentadas pela comunidade internacional, Israel ainda não manifestou interesse em chegar em um acordo. O país mantém firme a posição de negociar apenas sob as condições de que todos os reféns sejam libertados, além da destruição do grupo extremista e a desmilitarização da Faixa de Gaza.
Diversas situações políticas afastam um acordo de paz duradouro no enclave palestino, incluindo a coalizão de extrema-direita no gabinete de governo israelense, que defende levar o conflito e o plano de conquistar a Faixa de Gaza a diante. Outra ideia apresentada por parte do alto escalão do país é a retirada de palestinos de suas terras para o Sudão do Sul, país africano que também vive crises diplomáticas e militares. O plano foi duramente criticado pela comunidade internacional, com alguns países alegando “limpeza étnica”.
No último final de semana, milhares de pessoas protestaram nas ruas de cidades de Israel pedindo o fim da guerra e do conflito armado. A guerra se encaminha para dois anos, e a população de Gaza enfrenta uma rotina diária de ataques e de falta de suprimentos. Além disso, cerca de 50 reféns continuam em posse do Hamas, com a estimativa de que 20 ainda estejam vivos.
Alexandre Mansano (sob supervisão de Beatriz Ferrete)