Os 133 cardeais com direito a voto no conclave que vai eleger o novo líder da Igreja Católica já estão reunidos em Roma e começaram nesta terça-feira (6), o período de isolamento exigido pelo processo. A votação, marcada para a tarde de quarta-feira (7), será realizada na Capela Sistina, sob medidas rigorosas de sigilo e segurança.
Desde o início da manhã, os cardeais começaram a se instalar nas residências do Vaticano, onde ficarão incomunicáveis com o mundo exterior até o fim da eleição. Todos os dispositivos eletrônicos foram recolhidos, e o Vaticano informou que cortará os sinais de celular a partir das 15h (horário local) de quarta, uma hora e meia antes da primeira votação. Equipamentos de bloqueio de sinal foram instalados ao redor da Capela Sistina para evitar qualquer tentativa de comunicação externa ou espionagem eletrônica.
A eleição será realizada entre cardeais com menos de 80 anos, em votação secreta, à porta fechada. Para ser escolhido, o novo papa precisa do apoio de dois terços do colégio eleitoral, o que geralmente exige várias rodadas de votação.
Francisco, que morreu no mês passado, buscou ampliar a representatividade entre os cardeais, dando voz a regiões que tradicionalmente ficavam à margem da cúpula católica. Por isso, o colégio eleitoral deste conclave é o mais diverso da história, há representantes de 70 países.
Até agora, nenhum nome pode ser apontado com clareza como favorito. Em meio às especulações, há dois caminhos possíveis no horizonte. Um grupo deseja manter o espírito reformista de Francisco, voltado à inclusão e à transparência. Outro, mais conservador, defende um retorno às tradições doutrinárias e à rigidez litúrgica que marcaram pontificados anteriores.
A tradição do conclave remonta ao século XIII e mantém até hoje um protocolo rígido de sigilo. O termo “conclave”, que em latim significa “com chave”, é uma referência ao isolamento obrigatório dos cardeais durante a eleição. Além dos eleitores, todos os trabalhadores que permanecem no Vaticano durante o processo — como técnicos, ascensoristas e seguranças — prestam juramento de confidencialidade e também ficam sem contato com o exterior.
Do lado de fora, a movimentação na Praça de São Pedro permanece intensa, mas sob forte vigilância. A polícia italiana reforçou a segurança com detectores de metais, postos de controle e sistemas antidrones. A rota dos peregrinos foi mantida e o acesso à Porta Santa da Basílica de São Pedro continua liberado.
O novo papa será o 267º pontífice da Igreja Católica e herdará a missão de liderar uma instituição com mais de 1,4 bilhão de fiéis ao redor do mundo.
Laura Basílio sob supervisão de Denise Bonfim.
