O governo do Irã negou ter permitido a retomada de inspeções da Organização das Nações Unidas (ONU) em usinas nucleares. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou nesta quarta-feira (10) que havia chegado em um acordo com Teerã para uma liberação total pela pelas instalações do país.
O país, por outro lado, rebateu as declarações do órgão afirmando que o trato não garantiria inspeções pelas instalações. A resposta iraniana positiva era encarada como um importante ponto para a diplomacia internacional, principalmente depois que a nação do Oriente Médio suspendeu a cooperação com a AIEA após os ataques de Israel e dos Estados Unidos contra suas usinas nucleares no último mês de junho.
O Diretor-Geral da agência, Rafael Grossi, havia fornecido detalhes do acordo, afirmando que incluía “todas as instalações no Irã” e “contemplava os relatórios obrigatórios sobre todas as instalações atacadas, incluindo o material nuclear presente”.
Na contramão, o Ministro das Relações Exteriores do país, Abbas Araghchi, disse que Teerã quer mais negociações antes de permitir a realização das inspeções. “Tenho que reiterar que o acordo não fornece atualmente acesso aos inspetores da AIEA, exceto à usina nuclear de Bushehr”, disse Araghchi à TV estatal em uma entrevista.
O acesso exigiria uma aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional. Mesmo com os graves danos às instalações de enriquecimento de urânio, não há informações concretas sobre o que aconteceu com o estoque do país, que incluía um material enriquecido de 60%, uma porcentagem considerável para os 90% para a produção de armas nucleares.
