A infecção urinária na gestação está entre as infecções mais comuns e, de acordo com a população estudada, pode atingir de 15 a 25% das gestantes.
As mulheres, que habitualmente já apresentam uma maior predisposição às infecções do trato urinário do que os homens, devido à uretra mais curta e à proximidade da uretra com o ânus, durante a gestação enfrentam fatores adicionais que aumentam esse risco. Entre esses fatores, destaca-se o aumento dos níveis de progesterona, que levam a uma maior complacência da bexiga e reduzem a movimentação do ureter, além do aumento do volume uterino, que pode dificultar a drenagem da urina.
Os sintomas desse tipo de infecção podem incluir dor ou ardência ao urinar, aumento súbito no número de micções por dia, sensação de resíduo após urinar, sensação de urgência para esvaziar a bexiga, alterações no odor ou na coloração da urina e, em casos mais graves, podem estar associados à febre e dor lombar. O diagnóstico pode ser realizado através do relato dos sintomas, exame físico e realização do exame de urina.
Devido ao maior número de bactérias resistentes, a cultura da urina com antibiograma pode direcionar a melhor escolha do antibiótico. Existem diversos antibióticos seguros para uso na gestação, mas eles devem ser usados apenas com indicação clara.
O tratamento das infecções urinárias é muito importante para evitar quadros mais graves, como infecções na parte alta do sistema urinário, como os ureteres e os rins, além de reduzir o risco de parto prematuro. A ingestão adequada de líquidos, o hábito de esvaziar a bexiga com frequência, a higiene íntima adequada e o esvaziamento da bexiga após as relações sexuais parecem reduzir a frequência das infecções urinárias. Em caso de suspeita dessa infecção, é fundamental que a gestante seja avaliada pelo obstetra assim que possível.
Dr. Dani Ejzenberg / CRM 100673
Ginecologista / Especialista em Reprodução Assistida
Médico da Nilo Frantz – Clínica de Medicina Reprodutiva