Um homem foi acusado de assédio sexual contra a presidente do México, Claudia Sheinbaum, na tarde dessa terça-feira (4). A chefe de Estado havia saído do Palácio Nacional e estava a caminho do Ministério da Educação Pública, quando o infrator se aproximou, passou o braço em volta de seus ombros, inclinou-se para beijar seu pescoço e tocou seu peito.
A cena chamou a atenção pela facilidade que o homem teve para se aproximar da chefe de Estado, que demonstrou claro desconforto com o contato. Ele só foi interrompido após a intervenção do chefe do Gabinete de Assessores Presidenciais e da equipe que acompanha a presidente em suas atividades diárias.
A demora na reação da equipe de Sheinbaum também ganhou destaque, já que a chefe de Estado, assim como seu antecessor, Andrés Manuel López Obrador, rejeitou a criação de um grupo de elite do exército focado na proteção dos presidentes e de seus familiares.
A situação vivida por Claudia Sheinbaum não é um caso isolado no México. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi), 45% das mulheres já foram vítimas de assédio nas ruas do país.
De acordo com o Código Penal Federal, o contato físico não consensual pode constituir no crime de assédio sexual, com uma pena de prisão de até cinco anos. Na Cidade do México, a conduta pode ser punida com até quatro anos de detenção, além da aplicação de multa e possibilidade de medida protetiva.
A presidente mexicana ainda não se pronunciou sobre o caso, mas a expectativa é que ela fale nesta quarta-feira (5) em uma coletiva. Já os Institutos da Mulher nas Entidades Federais e as presidentes das Comissões de Igualdade de Gênero na Câmara dos Deputados e no Senado emitiram uma declaração condenando o incidente.
“É essencial que os homens entendam que esses tipos de atos não apenas violam as mulheres, mas também são crimes”, enfatiza a declaração, acrescentando que “esse tipo de violência não deve ser banalizado” e que “denunciá-lo é fundamental para alcançar justiça e contribuir para uma mudança cultural”.