Os hemangiomas são tumores vasculares benignos que costumam surgir nos primeiros meses de vida, geralmente como manchas vermelhas ou nódulos na pele. Apesar de inofensivos na maioria dos casos — com tendência a regressão espontânea — eles podem crescer rapidamente e exigir atenção médica, principalmente se estiverem localizados em áreas que interfiram em funções como visão, alimentação ou respiração.
Sinais que merecem atenção:
- crescimento acelerado e desproporcional da lesão
- dor, sangramento ou ulceração
- localização próxima a olhos, boca, nariz ou região genital
Malformações vasculares: diferente dos hemangiomas
Ao contrário dos hemangiomas, as malformações vasculares não são tumores, mas anomalias congênitas dos vasos sanguíneos. Presentes desde o nascimento, elas não desaparecem com o tempo e podem evoluir lentamente, causando dor, inchaço, comprometimento funcional e, em alguns casos, deformidades.
As principais classificações incluem:
- malformações venosas: veias dilatadas visíveis sob a pele
- malformações arteriais: alterações que podem gerar dor e risco de sangramentos
- malformações linfáticas: provocam inchaços e infecções de repetição
O diagnóstico é clínico e por exames de imagem, e o tratamento pode incluir cirurgia, laser ou medicamentos, dependendo do tipo e da gravidade.
Conscientização e a Lei nº 14.588/2023
A promulgação da Semana Nacional de Conscientização sobre Hemangiomas e Malformações Vasculares representa um avanço importante. A Lei nº 14.588/2023 visa informar a população e capacitar profissionais de saúde para reconhecer sinais precoces, evitar diagnósticos tardios e indicar tratamentos adequados.
A iniciativa também oferece apoio emocional às famílias, muitas vezes angustiadas com a aparência das lesões ou com incertezas sobre o futuro. Campanhas educativas e relatos compartilhados ajudam a normalizar essas condições e a estimular a busca por ajuda qualificada.
Educação salva vidas e promove acolhimento
Com informação correta e apoio especializado, é possível reduzir riscos e impactos causados por essas condições. A conscientização é a base para decisões clínicas bem fundamentadas e para um cuidado mais humano e eficiente. Ao promover o diálogo e ampliar o conhecimento, abrimos caminho para que mais crianças tenham acesso ao tratamento no momento certo — e para que pais encontrem acolhimento, confiança e orientação.
Andréa Klepacz (CREMESP 128.575 / RQE 51419)
Cirurgiã vascular e membro da Brazil Health