Uma autoridade palestina informou nesta segunda-feira (26) que o Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza. O plano prevê a libertação de reféns israelenses em troca de uma trégua temporária e da soltura de prisioneiros palestinos. Israel, porém, rejeitou o acordo e afirmou que ele não foi apresentado pelos Estados Unidos.
De acordo com a fonte, que tem ligação com o Hamas, a proposta foi enviada ao grupo por meio de mediadores internacionais. O texto previa a libertação de dez reféns israelenses, divididos em dois grupos, além de um cessar-fogo de 70 dias e uma retirada parcial das tropas israelenses da região. Também estavam incluídas na proposta a libertação de centenas de prisioneiros palestinos, alguns cumprindo longas penas.
Israel negou que a proposta tenha partido do enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, citado pela autoridade palestina. Em entrevista à Reuters, Witkoff disse que o documento apresentado ao Hamas era diferente do plano americano e o classificou como “completamente inaceitável”.
O governo israelense afirmou que nenhum gabinete responsável aceitaria os termos apresentados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou nas redes sociais que espera anunciar novidades sobre os reféns “em breve”, mas não comentou diretamente o conteúdo do vídeo divulgado.
O conflito se intensificou após o fim de um acordo de cessar-fogo em janeiro. Em 18 de março, Israel retomou a campanha militar em Gaza. Dois dias depois, o Hamas voltou a lançar ataques com foguetes.
O grupo palestino afirma que está disposto a libertar todos os reféns restantes capturados em 7 de outubro de 2023 e a aceitar um cessar-fogo definitivo, desde que Israel retire todas as tropas da Faixa de Gaza. O governo israelense, por sua vez, insiste que só aceitará uma trégua temporária e que a guerra continuará até a destruição do Hamas.
O conflito começou com o ataque do Hamas a comunidades no sul de Israel, que deixou cerca de 1.200 mortos e 251 pessoas sequestradas, segundo autoridades israelenses. Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva militar em Gaza. Autoridades de saúde locais afirmam que quase 54 mil palestinos morreram desde então. Organizações humanitárias alertam para a escassez de alimentos e o aumento de casos graves de desnutrição na região.