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Governo dos EUA pausa concessão de vistos para estudantes estrangeiros

A medida foi anunciada antes da implementação de novas regras mais rígidas para o processo de concessão dos documentos
Foto: Arquivo/BandNews TV

O governo dos Estados Unidos suspendeu temporariamente a emissão de vistos para estudantes internacionais nesta terça-feira (27). A medida foi anunciada antes da implementação de novas regras mais rígidas para o processo de concessão dos documentos, após a implementação dessas novas regras, a expectativa é que os vistos voltem a ser concedidos.

Segundo o portal americano Politico, além dos requisitos tradicionais, como entrevistas e comprovação documental, os estudantes poderão ter suas redes sociais analisadas com mais detalhamento. Essa mudança deve tornar a aprovação dos vistos mais lenta e dificultar a entrada de alunos estrangeiros no país.

A suspensão pode afetar universidades americanas que dependem da receita gerada pelas mensalidades de estudantes internacionais, o que preocupa instituições de ensino e analistas do setor.

Trump X Harvard

A suspensão na concessão de vistos para estudantes estrangeiros ocorre em meio ao conflito entre o presidente dos Estados Unidos e a Universidade de Harvard. Nesta terça-feira (27), o governo determinou o cancelamento de todos os contratos federais remanescentes com a instituição, medida que pode afetar acordos que somam cerca de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 560 milhões).

A decisão foi comunicada em uma carta enviada às agências federais, segundo informações do jornal The New York Times. No documento, o governo orienta que os órgãos públicos identifiquem os contratos vigentes e avaliem a possibilidade de cancelamento imediato ou substituição por outros fornecedores. Além dos contratos atuais, a recomendação é que Harvard deixe de ser considerada em futuras parcerias com o governo federal.

Os acordos em vigor envolvem cerca de nove agências, incluindo o Instituto Nacional de Saúde, que financiava uma pesquisa sobre os efeitos do café, e o Departamento de Segurança Interna, que contratou a universidade para treinamento de executivos seniores.

A ofensiva da Casa Branca contra Harvard se intensificou nas últimas semanas. O presidente Donald Trump acusa a universidade de permitir manifestações antissemitas no campus e afirma que a instituição promove uma agenda ideológica “radical”.

Trump já havia congelado bilhões de dólares em bolsas e contratos destinados à universidade e ameaçou novos cortes. Em publicação recente nas redes sociais, afirmou que pretende retirar mais US$ 3 bilhões em subsídios e redirecionar os recursos para escolas técnicas nos Estados Unidos.

O presidente também pressiona Harvard a entregar uma lista com os nomes de estudantes estrangeiros matriculados, algo que a universidade ainda não fez. Ele argumenta que parte desses alunos seria composta por “radicais e desordeiros”.

Na semana passada, uma decisão da Justiça Federal impediu temporariamente a medida que barraria a permanência desses estudantes no país. A questão será analisada em audiências previstas para esta semana, em Boston.

A Universidade de Harvard, considerada uma das mais prestigiadas do mundo, não se manifestou oficialmente sobre o novo pedido de cancelamento dos contratos.

Laura Basílio sob supervisão de Denise Bonfim.

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