O governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, acusou oficialmente a Universidade de Harvard de violar os direitos civis de estudantes judeus e israelenses. A acusação foi feita por meio de uma carta enviada à instituição, segundo revelou o jornal The Wall Street Journal, e pode resultar no bloqueio total de recursos federais destinados à universidade. O documento aponta falhas na condução da resposta da universidade diante de protestos pró-Palestina ocorridos em 2024.
Segundo a força-tarefa federal responsável pela investigação, coordenada pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos, Harvard teria agido de forma “insuficiente e tardia” para proteger estudantes judeus durante os protestos que criticavam ações militares israelenses na Faixa de Gaza. A carta acusa a universidade de ter sido “deliberadamente indiferente” em alguns casos e, em outros, de ter participado ativamente do assédio antissemita. O governo também apontou que parte dos alunos judeus relatou não se sentir fisicamente seguro no campus.
A Universidade de Harvard se posicionou contra as alegações feitas pela Casa Branca. A instituição afirmou discordar veementemente das conclusões do governo e declarou estar adotando medidas concretas para combater o antissemitismo dentro de sua comunidade. Já a secretária de imprensa Karoline Leavitt afirmou que, ao violar a legislação de direitos civis, Harvard não deveria continuar recebendo dinheiro dos contribuintes.
A disputa entre o governo e a universidade ocorre em meio a uma campanha mais ampla da gestão Trump contra instituições de ensino superior dos Estados Unidos. Outras universidades também passaram a ser investigadas por políticas relacionadas à diversidade e inclusão. Além disso, Harvard chegou a processar o Departamento de Segurança Interna para impedir ações que dificultariam a entrada de estudantes estrangeiros, alegando que as medidas são ilegais e inconstitucionais.