França deve receber nova onda de protestos em mais de 240 regiões

Manifestantes pedem que planos fiscais sugeridos pelo ex-primeiro-ministro sejam descartados
Reprodução: BandNews TV

As autoridades francesas se preparam para receber mais uma onda de manifestantes em mais de 240 regiões do país nesta quinta-feira (2). A mobilização foi divulgada pelo sindicato CGT, que exige que o governo elimine os iminentes cortes orçamentários sugeridos pelo ex-primeiro-ministro François Bayrou, deposto do cargo há um pouco mais de 20 dias.

Cerca de 76 mil policiais devem ser enviados às ruas para controlar as manifestações, com cerca de cinco mil apenas na região de Paris, conforme informado pelo Ministro do Interior Bruno Retailleau à imprensa internacional. O país já vinha enfrentando protestos em larga escala desde o começo do último mês de setembro.

Os manifestantes estão pedindo que planos fiscais sugeridos pelo ex-primeiro-ministro sejam descartados. Entre as medidas sugeridas por François Bayrou estavam o fim de dois feriados nacionais, o aumento de impostos, a redução de benefícios sociais e entre outras despesas que resultariam, conforme divulgado no documento, um corte de € 44 bilhões (R$ 279 bilhões). O plano também recebeu rejeição da oposição e da extrema-direita francesa.

A contraproposta apresentada pelo sindicato seria por mais gastos em serviços públicos, impostos mais altos para os ricos e pela reversão de uma mudança impopular que faz as pessoas trabalharem mais para receber uma aposentadoria.

O presidente da França, Emmanuel Macron, trabalha sob forte pressão ao lado do recém-nomeado premiê Sebastien Lecornu para controlar as finanças da segunda maior economia da zona do euro. Lecornu também corre contra o tempo para realizar a formação de um gabinete de governo e angariar apoio no Parlamento para estipular um orçamento para 2026.

O déficit orçamentário do país no ano passado foi quase que o dobro do teto de 3% previsto pela União Europeia (UE). Os partidos franceses concordam, em grande maioria, sobre a necessidade reduzir os impactos na economia francesa, mas ainda não chegaram em um consenso sobre como fazer.

Compartilhe com seus amigos!