O ex-político ucraniano Andriy Portnov, de 51 anos, foi assassinado a tiros na manhã desta quarta-feira (21) em frente à Escola Americana de Madri, uma instituição de elite localizada em Pozuelo de Alarcón, um subúrbio nobre da capital espanhola. A informação foi confirmada pelo Ministério do Interior da Espanha. Segundo a polícia de Madri, o crime ocorreu por volta das 9h15 (horário local).
Testemunhas relataram que homens armados, ainda não identificados, dispararam contra Portnov pelas costas e na cabeça antes de fugirem em direção a uma área florestal próxima. A polícia segue em busca dos autores e investiga a motivação do assassinato.
O assassinato de Portnov se soma a uma série de episódios envolvendo cidadãos russos e ucranianos em território espanhol desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. A Espanha abriga uma significativa comunidade de expatriados de ambos os países.
Em 2022, uma série de cartas-bomba foi enviada a alvos estratégicos no país, incluindo o primeiro-ministro Pedro Sánchez, a embaixada da Ucrânia, a embaixada dos EUA e edifícios governamentais. Um funcionário público espanhol aposentado, suspeito de simpatizar com o regime russo, foi preso.
As autoridades espanholas não confirmaram se há relação entre esses casos, mas a Polícia Nacional trata o assassinato de Portnov como um crime premeditado, com possíveis motivações políticas. A investigação segue em andamento.
Trajetória de Portonov
Portnov foi assessor sênior do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich, aliado de Moscou, deposto durante uma revolta popular em 2014. No mesmo ano, ele deixou a Ucrânia e se exilou na Rússia. Desde então, enfrentava acusações em seu país de origem por traição e peculato. Ele também foi alvo de sanções internacionais. Embora a União Europeia tenha posteriormente retirado as restrições, os Estados Unidos mantiveram sanções contra ele, alegando que Portnov usou subornos para influenciar o Judiciário e a polícia ucraniana.