O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, comunicou oficialmente ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (19), que não irá mais tentar reverter a decisão judicial que o afastou do comando da entidade. Em petição enviada ao ministro Gilmar Mendes, Ednaldo afirmou que não participará do processo eleitoral convocado pelo interventor da CBF e que também não apoiará nenhum dos candidatos à sucessão.
A decisão é justificada, segundo ele, pela necessidade de preservar a estabilidade institucional da entidade, evitar novos conflitos jurídicos e manter a integridade do calendário esportivo nacional e internacional. O dirigente destaca que, apesar das adversidades, perseguições e ataques pessoais, deixa o cargo com a consciência tranquila e com a certeza de ter promovido avanços significativos no futebol brasileiro.
No documento, Ednaldo apresenta uma lista detalhada de realizações durante sua gestão, como a contratação de Carlo Ancelotti para a Seleção Brasileira, o fortalecimento financeiro da CBF, com superávit bilionário e renovação recorde do contrato com a Nike, além da criação de novas competições femininas e de base. Ele também cita medidas de combate à manipulação de resultados, programas de inclusão social e a ampliação da CBF Academy pelo país.
Outro ponto abordado é o trabalho da Diretoria Jurídica da CBF, reestruturada sob sua gestão. Segundo Ednaldo, o setor passou a ter controle rigoroso sobre processos, contratos e litígios, o que gerou economia de mais de R$ 440 milhões, além da recuperação de ativos e da regularização de imóveis anteriormente arrolados indevidamente pela Receita Federal.
Ednaldo também atribui parte de sua saída à pressão de setores que, segundo ele, não aceitavam ver um dirigente nordestino e negro no comando da CBF. Ele acusa grupos de articularem sua exclusão por meio de campanhas difamatórias e diz que sua decisão de encerrar o litígio judicial também atende a um apelo familiar por paz.
Ao encerrar a petição, Ednaldo afirma que seu gesto representa um compromisso com a pacificação institucional e reitera sua disposição em colaborar com a Justiça sempre que necessário.
Laura Basílio sob supervisão de Denise Bonfim.
