Nesta terça-feira (22), o dólar fechou em queda de 1,32%, cotado a R$5,727. Após dois dias sem negociação devido à Sexta-Feira Santa e ao feriado de Tiradentes, a moeda oscilou entre R$5,71 e R$5,80. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, avançou 0,63%, aos 130.464 pontos.
A perda de força global do dólar, que atingiu o menor valor desde o salto pós tarifaço estadunidense, foi motivada pela repercussão das declarações do governo Donald Trump feitas na última semana.
Os rumores de que o republicano avalia a possibilidade de demissão do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, geraram ruídos no mercado financeiro internacional. Apesar da ameaça, a legislação estadunidense não permite que Trump antecipe a saída do presidente do Fed, que ocorrerá em maio de 2026.
Afetados pelo tarifaço, os mercados seriam ainda mais perturbados com a tentativa de remover Powell do cargo, já que a credibilidade do Fed como o banco central mais influente no mundo se baseia, principalmente, na sua independência histórica em relação à influência política.
Outro fator que contribuiu para a queda da moeda norte-americana é a expectativa de um acordo entre os Estados Unidos e outros países em relação às tarifas anunciadas. Com os avanços da negociação entre a Casa Branca e a China, as tensões comerciais diminuíram e atraíram compradores. Esse cenário fez com que os principais índices acionários dos EUA fechassem em alta.
Paralelamente, a China lidera a organização de uma ação coordenada de países em reação ao tarifaço de Donald Trump. Diante da turbulência econômica, investidores buscaram ativos mais seguros como o ouro, que bateu recorde de cotação e superou os US$3500 nesta terça.
Se mantida, a queda do dólar acompanhada da redução do preço das commodities pode influenciar no início dos cortes de juros no Brasil.