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Dívida pública ultrapassa R$ 7,6 trilhões em abril

Alta de 1,44% em abril foi impulsionada pela correção de juros e emissão líquida de títulos; valor segue dentro das projeções do governo para o ano

Puxada pelos juros, a Dívida Pública Federal (DPF) subiu 1,44% em abril e alcançou R$ 7,617 trilhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Tesouro Nacional. É a primeira vez que o montante ultrapassa a marca de R$ 7,6 trilhões.

Mesmo com o crescimento, o valor continua no intervalo previsto pelo governo para 2025, que vai de R$ 8,1 trilhões a R$ 8,5 trilhões, conforme o Plano Anual de Financiamento (PAF).

A alta foi impulsionada principalmente pela emissão de novos títulos e pela apropriação de juros, ou seja, o reconhecimento mensal da correção dos papéis públicos, que, com a Selic em 13,75% ao ano, eleva o custo da dívida. Em abril, só a correção somou R$ 70,3 bilhões.

A maior parte da dívida continua concentrada no mercado interno. A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi) cresceu 1,55%, passando de R$ 7,199 trilhões para R$ 7,31 trilhões. Nesse período, o Tesouro emitiu R$ 204,46 bilhões em títulos, enquanto os resgates somaram R$ 163,04 bilhões, resultado do vencimento de papéis prefixados.

Já a dívida externa (DPFe) recuou 1,1% no mês, encerrando abril em R$ 306,13 bilhões. O recuo foi influenciado pela desvalorização do dólar frente ao real, que caiu 1,42% no período.

Outro dado que chamou a atenção foi o crescimento do “colchão” da dívida pública — uma reserva usada em momentos de instabilidade ou concentração de vencimentos. Após ter recuado em março, ele subiu para R$ 904 bilhões, maior nível desde agosto. Atualmente, a reserva cobre pouco mais de oito meses de vencimentos. Ao longo dos próximos 12 meses, vencem R$ 1,365 trilhão em títulos federais.

A composição da dívida também passou por ajustes. Com o vencimento de papéis prefixados, a participação desses títulos caiu de 21,51% para 20,23%. Já os papéis atrelados à Selic subiram para 47,3%, e os corrigidos pela inflação, para 28,46%. A fatia da dívida atrelada ao câmbio teve leve queda, de 4,11% para 4,01%.

O prazo médio da dívida também aumentou: passou de 4,12 para 4,17 anos. Quanto maior o prazo, maior a confiança do mercado na capacidade do governo de administrar seus compromissos financeiros.

Entre os credores da dívida pública, os bancos seguem com a maior fatia (30,5%), seguidos por fundos de pensão (23,9%) e fundos de investimento (22,1%). A participação de estrangeiros subiu ligeiramente, de 9,6% para 9,7%.

A dívida pública é o principal instrumento usado pelo governo para captar recursos e financiar despesas. Em troca, oferece aos investidores diferentes formas de remuneração, que variam conforme o tipo de título — podendo seguir a Selic, a inflação, o câmbio ou uma taxa prefixada.

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