A Igreja Católica entra oficialmente em um período de luto após a morte do papa Francisco, anunciada nesta segunda-feira (21), aos 88 anos. A série de cerimônias de despedida tem início às 15h desta segunda, com o corpo de Jorge Mario Bergoglio sendo depositado na Capela de Santa Marta. Na quarta-feira (23), será transferido para a Basílica de São Pedro, onde acontecerá o velório público. Fiéis de todo o mundo poderão prestar suas últimas homenagens ao pontífice.
Durante esse período, a estrutura de governo do Vaticano passa por uma transição. Parte da cúpula perde temporariamente suas funções, e decisões urgentes ficam a cargo do Colégio dos Cardeais, que também será responsável por definir a data do funeral.
Seguindo o protocolo, o sepultamento deve ocorrer entre o quarto e o sexto dia após a morte. Em um gesto simbólico, Francisco será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, e não na Basílica de São Pedro — a última vez que algo semelhante ocorreu foi em 1903, com o papa Leão XIII. A escolha reflete a devoção de Francisco à Virgem Maria e à igreja que tradicionalmente visitava em suas viagens apostólicas.
Além da mudança no lugar do enterro, no último ano, o próprio papa Francisco promoveu outras alterações nos ritos funerários papais. Ele será enterrado em um único caixão de madeira revestido de zinco, renunciando à prática secular dos três caixões (de cipreste, chumbo e carvalho). Além disso, diferentemente das tradições anteriores, o corpo será velado já dentro do caixão — com a tampa aberta — e não sobre uma plataforma elevada.
Essas orientações estão descritas no novo Ordo Exsequiarum Romani Pontificis, aprovado em 29 de abril de 2024 e entregue ao papa em 4 de novembro do mesmo ano. Com essas mudanças, Francisco deixa sua marca até mesmo em seus ritos finais, reafirmando seu compromisso com a simplicidade e com o espírito pastoral que marcou todo o seu pontificado.
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