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Corpo de Juliana Marins chega ao Rio de Janeiro e será submetido a nova autópsia

Família pede nova autópsia após divergências nos laudos médicos e AGU diz que fará um novo exame
Foto: Reprodução/ Redes sociais
Após mais de uma semana de espera, o corpo de Juliana Marins, brasileira que morreu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, chegou ao Rio de Janeiro na noite desta terça-feira (1). O voo da companhia aérea Emirates pousou inicialmente por volta das 17h no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. De lá, uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) realizou o traslado para a Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.

A chegada ao país foi antecipada — inicialmente, a previsão era que o corpo desembarcasse na quarta-feira (2) no Rio de Janeiro. A mudança de rota ocorreu após a família solicitar uma nova autópsia no Brasil, com o objetivo de esclarecer contradições nos documentos emitidos na Indonésia.

Juliana era moradora de Niterói, no Rio de Janeiro, e o translado foi custeado pela prefeitura da cidade. A previsão inicial era que o corpo embarcasse no domingo (29), mas o envio foi adiado por falta de espaço no compartimento de carga da aeronave. A companhia aérea alegou restrições operacionais, apesar de ter informado que priorizaria o transporte.

Nas redes sociais, a família relatou indignação com o adiamento. Em um perfil criado para atualizações do caso, os familiares escreveram: “Já estava tudo certo com o voo, já estava confirmado, mas a Emirates em Bali não quer trazer minha irmã pra casa. Do nada, o bagageiro do voo ficou ‘lotado’”.

Nova autópsia

Com o apoio da Defensoria Pública da União (DPU), a família entrou com um pedido na Justiça Federal para a realização de uma nova autópsia. A medida foi tomada após a emissão de um laudo médico que apontava que Juliana teria morrido cerca de 20 minutos após uma das quedas, sem identificar com precisão o horário do óbito.

Um especialista ouvido pela BBC News Indonésia estimou que a morte tenha ocorrido entre 1h e 13h da quarta-feira (25), enquanto os socorristas afirmaram tê-la encontrado sem vida ainda na noite de terça-feira (24).

A Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou que o corpo será submetido a uma nova necropsia. A divergência entre os documentos de Bali e a certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta, que não apresenta um horário claro da morte, levantou dúvidas sobre a possibilidade de omissão de socorro por parte das autoridades locais.

O novo exame será realizado pela PCERJ nas primeiras horas da quarta-feira (2) no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IMLAP), já que de acordo com a DPU, o novo exame precisa ser realizado em até seis horas após a chegada do corpo, para que as evidências sejam preservadas.

A autópsia deve apontar com mais precisão a causa e o momento da morte e será fundamental para esclarecer se houve falhas no resgate. Caso seja confirmada alguma negligência, autoridades envolvidas poderão ser responsabilizadas.

Laura Basílio sob supervisão de Thiago San.
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