Nesta quarta-feira (10), Cômite de Política Monetária (Copom), anunciou que a taxa básica de juros (Selic) ficou mantida em 15% até o final do ano. O Banco Central reafirmou que a decisão acontece em um momento de incerteza no exterior, especialmente por causa da política econômica dos Estados Unidos.
A medida não surpreendeu os analistas, que agora analisam com atenção o comunicado divulgado pelo Banco Central. Em julho, a autoridade monetária havia elevado a Selic para 15% e, desde então, manteve esse patamar em outras três reuniões consecutivas. Desta vez, todos os nove integrantes do Copom votaram da mesma forma, resultando em uma decisão unânime.
Entre os responsáveis por esse posicionamento unificado estão o presidente do BC, Gabriel Muricca Galípolo, e os diretores Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.
No ambiente doméstico, os indicadores apontam para uma desaceleração gradual da atividade econômica, algo já esperado, segundo o último PIB, enquanto o mercado de trabalho se mantém relativamente forte. Mesmo com algum arrefecimento recente, a inflação continua acima da meta e as expectativas continuam desancoradas. O próprio Copom estima inflação de 3,2% para o segundo trimestre de 2027, ainda acima do objetivo oficial.
Além disso, o Comitê reforçou que os riscos para a inflação seguem elevados. Do lado de alta, estão a possibilidade de as expectativas ficarem desancoradas por mais tempo, maior persistência da inflação de serviços e impactos de políticas econômicas internas e externas, incluindo uma taxa de câmbio mais depreciada. Do lado de baixa, pesam uma eventual desaceleração econômica mais forte, um enfraquecimento global e quedas nos preços das commodities.
A próxima reunião do Copom para definir a próxima taxa básica de juros está marcada para os dias 27 e 28 de janeiro.