O governo de Portugal rejeitou a ideia de fazer reparações pelo papel do país na escravidão. Essa possibilidade voltou a ser ventilada pelo presidente português.

Em nota, o primeiro-ministro Luis Montenegro garantiu não estar trabalhando "em nenhum processo ou programa de ações específicas" sobre o tema. E destaca que esta é a mesma postura adotada por administrações anteriores.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa havia defendido que Lisboa assumisse um protagonismo na liderança do processo de reparar as consequências do colonialismo, e sugeriu como exemplo o perdão de dívidas, cooperação e financiamento.

Esse conflito de versões é, em parte, fruto do sistema político de Portugal, que é semipresidencialista. Isso significa que o presidente é o chefe de Estado, com quase nenhum poder de decisão. O chefe de governo é o primeiro-ministro, responsável por comandar a agenda política nacional.