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Moises Rabinovici: Hamas aceita acordo para uma trégua e troca de reféns por prisioneiros palestinos

Colunista da BandNews TV comenta sobre aceitação do Hamas ao acordo

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Moises Rabinovici

06/05/2024 14:20

GIRO MOISES

Fonte: Agência Brasil

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(O Brasil nos jornais internacionais)


Na capa do New York Times, o pasto de Mãe do Rio, na Amazônia, é restaurado para voltar a ser floresta. “Estamos matando pastagens que muitos agricultores precisam”, diz o boiadeiro Josias de Souza, agora empregado da empresa Re.green. As árvores em pé, que armazenam carbono, dão mais lucros que a pecuária.


Link para a reportagem: https://www.nytimes.com/2024/05/02/climate/amazon-reforestation.html?searchResultPosition=7


O dilúvio no Rio Grande do Sul está numa página inteira do Washington Post e é a principal foto na capa do Wall Street Journal.


Japan Times: em São Paulo, o primeiro-ministro Kishida fala sobre laços mais fortes com a América Latina.


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Da iminência de uma trégua para a o reinício da guerra de 7 meses em Gaza, depois que morteiros disparados pelo Hamas, em Rafah, mataram quatro soldados israelenses, no domingo, dando ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu munição para contrapor-se ao desejo de paz do presidente Joe Biden.


Pouco antes da meia-noite, os bombardeios de caças israelenses atingiram edifícios e plataformas de lançamento de foguetes na área de Rafah em que estão quatro dos últimos seis batalhões do Hamas, que eram 24 no início da guerra. A infantaria operava no Corredor Netzarim, na região central de Gaza.

O ministro da Defesa Yoav Gallant ligou para o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, na noite de domingo, para lhe dizer que "Israel não tinha outra opção a não ser lançar sua ofensiva em Rafah". Ele detalhou "os muitos esforços que Israel está fazendo para chegar a um acordo para a libertação dos reféns e um cessar-fogo temporário" — e que, "nesta fase, o Hamas recusa qualquer proposta que permita isso". Concluiu agradecendo os EUA e repetindo: "Não há mais escolha".

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu falou em Yad Vashem, o memorial do Holocausto, em Jerusalém. Ele disse que o 7 de outubro não foi um Holocausto "não porque o Hamas não tivesse a intenção de destruir Israel, mas devido à sua incapacidade de fazê-lo". Nesse dia, 1.200 pessoas foram mortas e mais de 200 levadas reféns para Gaza. Por um momento, ele se dirigiu em inglês para a comunidade internacional:

"Se Israel for forçado a ficar sozinho, Israel ficará sozinho. Mas sabemos que não estamos sozinhos porque inúmeras pessoas decentes em todo o mundo apoiam a nossa causa justa. E eu lhes digo que derrotaremos nossos inimigos genocidas. Nunca mais é agora".

Hoje, 213༠ dia da guerra, o número de mortos palestinos está chegando a 35 mil, a maioria mulheres e crianças, e sem distinção entre civis e combatentes. Israel informa que matou 13 mil do Hamas em Gaza e 1 mil no território israelense, no dia em que foi invadido.

Para o Hamas, a ordem de retirada divulgada por Israel "é uma escalada perigosa que terá consequências". Segundo os panfletos distribuídos aos palestinos, a retirada é "temporária". Ele também informa: "Nessa área, a expansão da ajuda humanitária continuará. A IDF (Forças de Defesa de Israel) continuará a combater as organizações terroristas que usam vocês como escudos humanos. Portanto: A Cidade de Gaza é uma zona de combate perigosa; evite atravessar para o norte de Wadi Gaza".

A rede de TV Al Jazeera, do Catar, não está transmitindo as informações de Israel. Foi fechada, por decisão do Parlamento e do governo Netanyahu, apesar dos protestos de jornais e organizações que lutam pela liberdade de imprensa no mundo.

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O Hamas aceitou o acordo para uma trégua e troca de reféns por prisioneiros palestinos, no momento em que Israel preparava um ataque a uma parte de Rafah, em retaliação à morte de quatro soldados israelenses por morteiros disparados de Gaza, no domingo.

O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, comunicou a aceitação do acordo, oficialmente, ao Catar e ao Egito.


Uma fonte do governo israelense informou que o acordo que foi aceito é uma versão egípcia não é aceitável por Israel.

Pouco antes, o presidente Joe Biden conversou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, pedindo detalhes sobre o ataque a Rafah em gestação, com a ordem de retirada de 100 mil palestinos civis para áreas humanitárias. Os Estados Unidos só aceitariam uma nova ofensiva israelense em Gaza com a proteção segura de mais de 1 milhão de palestinos civis, o que não é o caso agora.

O rei Abdullah, da Jordânia, está em Washington e se reuniu com o presidente Biden imediatamente após a notícia de que o Hamas tinha aceitado o acordo. Em Israel, familiares dos cerca de 130 reféns estão nas ruas para pressionar Netanyahu a dar o seu acordo por parte de Israel.


Fontes em Jerusalém informaram ao jornal Haaretz que o acordo que o Hamas aceitou é semelhante ao que Israel aprovou anteriormente, desmentindo que ele seria uma versão suavizada. O diretor da CIA, Bill Burns, que passou o fim de semana no Catar, continuando com o Hamas as negociações iniciadas no Cairo, estará hoje em Jerusalém, para encontrar o primeiro-ministro Netanyahu.


O Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos de Israel acrescentou mais pressão sobre o primeiro-ministro Netanyahu, saudando a aceitação do acordo de trégua e troca de reféns por prisioneiros palestinos:

"Agora é hora de o governo israelense provar, com ações, seu compromisso com seus cidadãos", comunicou o Fórum. "O Gabinete de Guerra deve aceitar a aceitação do Hamas e transformá-la em um acordo para a devolução de todos [os reféns]. ”


Em Gaza, os palestinos começaram a celebrar, como se um acordo de paz já estivesse em vigor. Tiros para o ar, crianças correndo pelas ruas em meio à destruição de sete meses de guerra. Mas o que está à mesa é um acordo que prevê 40 dias de trégua, libertação de 33 reféns e um número ainda não especificado de prisioneiros palestinos. Não é a paz definitiva, nem o princípio da solução de dois estados. Se aceitá-lo, Netanyahu corre o risco de perder seus aliados religiosos e de extrema-direita, provavelmente sendo obrigado a convocar eleições antecipadas em Israel.

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A guerra em Gaza continua, mesmo sob intensa pressão por um acordo de trégua, já aceito pelo Hamas. Israel está bombardeando a área de Rafah da qual pediu que cerca de 100 mil palestinos civis se retirassem nesta manhã.

O Gabinete de Guerra decidiu prosseguir com a ofensiva “a fim de aplicar pressão militar sobre o Hamas, com o objetivo de progredir na libertação dos reféns e em outros objetivos da guerra”. O comunicado israelense diz que a última oferta de trégua do Hamas está “longe das exigências obrigatórias de Israel”.

Uma delegação israelense está indo ao Cairo para encontrar os negociadores egípcios e catarianos, na tentativa de fechar um acordo que atenda às exigências de Israel, como, por exemplo, o número de reféns a serem liberados numa primeira fase, que eram 33, mas não são mencionados na versão aprovada pelo Hamas.

O líder da oposição, Yair Lapid, disse que “um governo que deseja devolver os reféns convoca uma discussão urgente, e não emite histericamente três briefings de diferentes partidos e esmaga os corações das famílias dos reféns. Uma vergonha nacional.”

Já o ministro da Segurança Nacional, Itamar Bem Gvir, descreveu o anúncio do Hamas de “jogo” e pediu a ocupação imediata de Rafah. “A pressão militar deve ser aumentada até a derrota completa do Hamas e sua rendição absoluta”.

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