Israel começou a cancelar a festa de 76 anos de independência, na terça-feira,14, e o governo Netanyahu avisa que vai lutar contra o Hamas “até com as unhas”, na falta de armamento dos EUA, se concretizada a pausa anunciada pelo presidente Biden.
Mas não faltará armas, garante a indústria de guerra de Israel. As necessárias para uma ofensiva geral em Rafah, ou para conter o Hezbollah no sul do Líbano, estão nos arsenais e são de fabricação local. As armas de defesa, caso o Irã ataque, não foram banidas pelo presidente Biden.
Como em cada aniversário de independência, Israel divulgou suas estatísticas nesta sexta-feira. O país tem hoje 9,9 milhões de habitantes, dos quais 7.247 milhões são judeus (73,2%), 2.089 milhões, árabes-israelenses (21.1%), e 564 mil cristãos não árabes, membros de outras religiões ou sem religião. Desde 1860, quando a comunidade judaica começou a coletar estatísticas, 25.034 pessoas foram mortas por terrorismo. De outubro, quando da invasão do Hamas às cidades fronteiriças à Gaza, morreram 760 soldados, policiais, agentes do Shin Bet, e 834 civis, entre elas 40 crianças e 68 estrangeiros.
No Memorial Day, na véspera do Dia da Independência, os 53 cemitérios militares terão cerimônias simples, discursos evitados a pedido das famílias dos 136 reféns e 36 corpos ainda em Gaza (eram 252, ao todo).
A Casa Branca voltou a advertir o governo israelense contra “esmagar” Rafah. Onde está concentrada, a tropa que entrou em Rafah, no lado da fronteira com o Egito, tem travado tiroteios com combatentes do Hamas e capturou a estrada principal. Dois foguetes disparados contra a porta de ajuda humanitária em Kerem Shalom foram interceptados. As negociações para trégua e troca de reféns voltaram à estaca zero: o diretor da CIA, Bill Burns, foi para Washington, e a delegação do Hamas, que estava no Cairo, voou para o Catar.
O secretário de Estado Antony Blinken deve absolver Israel no relatório ao Congresso, talvez hoje, sobre violação no uso de armas americanas pelas forças israelenses, durante a guerra em Gaza. Se condenado, toda a ajuda militar dos EUA seria suspensa.
Em sua passagem por Jerusalém, esta semana, um dos maiores especialistas em política externa dos EUA, Richard Haas, explicou que o presidente Biden está pagando um preço político alto com os eleitores jovens e muçulmanos americanos por seu apoio a Israel — e agora, também, com eleitores pró-israelenses, com a ameaça de suspensão de fornecimento de armas.
Para Haas, “Israel tem uma inacreditável oportunidade de cimentar uma aliança com o mundo árabe contra o Irã. Os árabes estão prontos para isso. Não confiam nos Estados Unidos porque logo ele se voltará para a Ásia e os deixará sozinhos. Por isso, querem trabalhar mais estreitamente com Israel. Mas precisam que se faça algo para os palestinos”.
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Israel expandiu sua área de operação em Rafah, arriscando um confronto com o presidente Biden. A expansão foi decidida pelo Gabinete de Guerra na noite de quinta-feira. Os tanques avançam pela estrada principal, dividindo o sul de Gaza.
O Hamas disparou cinco foguetes contra Beersheba, pela primeira vez desde dezembro. Um deles foi interceptado, outro caiu numa praça.
Fontes do governo dizem que a expansão da ofensiva em Rafah foi planejada para não violar a linha vermelha desenhada pelo presidente Biden, embora possa ser interpretada como violação. Sirenes de ataque aéreo soaram também ao Norte, na fronteira com o Líbano. Mais de 20 mísseis atingiram a área de Kiryat Shmona e vizinhanças, disparados pelo Hezbollah.
Os Estados Unidos já suspenderam, nesta semana, o envio de bombas poderosas a Israel e ameaçaram banir mais armas ofensivas, com o aprofundamento da crise entre o primeiro-ministro Netanyahu e o presidente Biden.
Ambos estão sob forte pressão: Biden está perdendo os eleitores muçulmanos, os jovens e os pró-israelenses para disputar a reeleição com Donald Trump.
E Netanyahu está reduzindo o status de Israel ao de pária no mundo, além de enfrentar diariamente os protestos de familiares de reféns e dos opositores que exigem a antecipação de eleições para eleger um novo primeiro-ministro. Hoje, dia 217 da guerra em Gaza, é a véspera dos 76 anos de Independência em Israel, com a maioria das comemorações já canceladas.