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Meu bem, Meu Mal: as denúncias contra a viúva de Gal Costa

Relatos contra Wilma Petrillo citam golpes financeiros e casos de assédio moral

Modelo

Juliano Dip

11/07/2023 19:48

Gal Costa

Fonte: Reprodução/Agência Brasil

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As reclamações contra Wilma Petrillo, viúva de Gal Costa, se tornaram públicas no dia do velório da cantora. O produtor cultural Paulo Lima, que trabalhou e morou com com Gal nos anos 1970, escreveu que os últimos anos da cantora foram difíceis: "um ser do mal conseguiu apropriar-se de sua alegria, de todos os bens materiais". Na postagem, Lima chama a viúva de "Wilma pit bull".


Paulo Lima produziu, entre outros, o famoso show "Gal a todo vapor", que trazia músicas que se tornariam clássicos, como Vapor Barato, Pérola Negra e Como Dois e Dois. Hoje, ele vive numa ilha da Bahia, e topou gravar conosco por telefone para falar da relação de Gal com Wilma.


"Alguém que se apossou da alegria do outro. A Gal vivia, ultimamente, como uma pessoa fechada e que não procurava ninguém. As pessoas que a procuravam não conseguiam falar com ela."


Paulo estava com Gal quando ela adquiriu um jazigo para ela e a mãe no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. O corpo da cantora, no entanto, foi enterrado em São Paulo, no cemitério Venerável Ordem Terceira Nossa Senhora do Carmo, no túmulo da família de Wilma Petrillo.


"Eu fiquei indignado quando vi aquele sepultamento da Gal, com um caixão de quinta. Não preparam ela, não arrumaram. Não se enterra uma pessoa assim. A Wilma tentou ocultar a Gal", afirma Lima.


Visitei o cemitério e no túmulo de Gal não há flores ou fotos. As homenagens deixadas por fãs foram retiradas por ordem de Wilma Petrillo.



"Ela ligou aqui brava e mandou tirar", disse um funcionário. Duas fotos restaram guardadas num depósito do cemitério.



A revista Piauí traz relatos de treze pessoas, entre ex-funcionários, parentes e amigos que acusam Wilma Petrillo de assédio moral, golpes financeiros e ameaças. Procurado, o escritório do advogado de Wilma, Ricardo Kopke Salinas, disse que não vai se pronunciar sobre o assunto.


Conversei com dois ex-produtores de Gal. Ricardo Frugolli disse que "a dor é muito grande perante tudo que viveu e viu durante anos". Ele diz se sentir triste e exausto. Marcus Preto usou as redes sociais para dizer que "ninguém faz ideia dos mecanismos perversos de uma relação abusiva."



Segundo ele, por mais que tentem, nem amigos, nem família conseguem salvar a vítima da relação:



Paulo Lima afirma que as acusações contra Wilma são antigas. "Me falavam do que a Wilma fazia com outras pessoas e que ela não agiu direito com uma tal de Beth Prado, que era uma modelo lá em São Paulo", diz ele. Depois, disseram que ela também não agiu direito com a Sonia Braga. Eu morei em Nova Iorque por muitos anos e as pessoas não tinham boa referência dela não", conclui Lima.


Em frente à casa em que Gal morava, um carro trava a garagem. Segundo a vizinhança, o veículo está parado há meses no local e a viúva não é vista saindo de casa. No ano passado, a luz da residência foi cortada. Pelas redes sociais a artista plástica Daniela Cutait, antiga proprietária do imóvel, cobrou Wilma por atraso na conta de gás. Ela dizia que estava com nome negativado, e pedia que a viúva de Gal fizesse a transferência da titularidade da conta.

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