A reforma tributária e os impactos na indústria estão entre os temas abordados no Fórum BandNews "O Futuro da Indústria no Brasil". Sob o comando de Juliana Rosa, jornalista e colunista de economia do Grupo Bandeirantes, o evento reuniu autoridades e empresários para discutir a importância do segmento, os desafios e como superá-los.
O setor corresponde a quase um quarto do PIB brasileiro e é a indústria o segmento que mais puxa o crescimento econômico. Pelas contas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), quando R$ 1 é produzido no setor industrial, ele tem um efeito multiplicador de R$ 2,67 na economia como um todo. No entanto, o setor perdeu competitividade e produtividade ao longo dos anos.
Por isso, a reforma tributária, que deve ser votada no Plenário da Câmara dos Deputados na primeira semana de julho, antes do recesso parlamentar, é uma prioridade para a indústria. Bernard Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária, que abriu o Fórum BandNews, enfatizou a importância da reforma para o setor. "A indústria é o setor mais prejudicado pelo sistema atual de tributação de bens e serviços no Brasil por vários motivos: um motivo é o fato de que o nosso sistema acaba tributando investimentos e o setor mais intensivo, que mais depende de investimentos, é a indústria. Por isso, a reforma, que é positiva para todos os setores da economia, é especialmente relevante para o setor industrial", destaca Appy. O secretário extraordinário da Reforma Tributária afirmou ainda que, com relação ao andamento no Congresso, está se encaminhando para a construção de consenso.
Bernard Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária
De acordo com o presidente do Instituto Aço Brasil e da Coalizão Indústria, Marco Polo de Mello Lopes, o mantra da indústria é competitividade. "Busca da correção de assimetrias competitivas, busca da isonomia competitiva. A reforma tributária é indutora do crescimento econômico. Se perguntar qual é a grande prioridade da reforma, é o fim da cumulatividade", defendeu no Fórum BandNews.
Presidente do Instituto Aço Brasil e da Coalizão Indústria, Marco Polo de Mello Lopes
Para Mário Sérgio Carrara Teles, gerente-executivo da CNI, a grande questão é o efeito indutor do crescimento que a reforma tributária traz. "Todos os setores da economia ganham com a reforma tributária. A indústria é o setor mais exposto à concorrência internacional e a reforma tem a capacidade de aumentar o crescimento da economia brasileira, em 15 anos, em 12%, no cenário intermediário".
Mário Sérgio Carrara Teles, gerente-executivo da CNI
Já o presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), José Ricardo Roriz Coelho, avalia que, na implementação da reforma, é muito importante o período de transição para as empresas e setores se adaptarem nessa nova situação. "Nos dois primeiros anos haverá a calibração, mas a partir do quinto ano nós vamos ter, dentro da perspectiva dos 15 anos, uma melhora substancial do ambiente de negócio. O que é o futuro da indústria? É uma indústria mais competitiva. Sistema tributario que está apontando essa reforma é mais simples e não deve penalizar tanto o investimento", avalia Roriz.
Presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), José Ricardo Roriz Coelho
Rogério Caiuby, conselheiro-executivo do Movimento Brasil Competitivo, relembra que há mais de 20 anos se discute a complexidade do nosso sistema tributário e a necessidade de avançar. "Temos chegado agora a alguns consensos importantes, como o IVA. A complexidade tributária se gasta 1500 horas ao ano para pagar os tributos. Na média de países da OCDE, 160 horas ao ano. Essa reforma enfrenta de forma decisiva esse aspecto. Entendemos que são consensos criados e os benefícios. Temos boa crença que os grandes nortes estão colocados", reforça.
Rogério Caiuby, conselheiro-executivo do Movimento Brasil Competitivo
O Fórum BandNews "O Futuro da Indústria no Brasil" será exibido no sábado (17), às 8h, e domingo (18/6), às 14h.