Saúde

Anvisa define hoje se proibição dos cigarros eletrônicos deve ser mantida no Brasil

Debate sobre o tema é marcado por intensidade entre críticos e entidades médicas

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Da Redação

19/04/2024 07:54

CIGARRO ELETRÔNICO

Fonte: Reprodução: Agência Brasil

Saúde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, vai definir nesta sexta-feira (19) se mantém a proibição dos cigarros eletrônicos no Brasil. Os produtos conhecidos como vapes ou pods tiveram a importação, a comercialização e a propaganda proibidas no país ainda em 2009 pela agência. Mesmo assim, os dispositivos podem ser encontrados em diversos estabelecimentos comerciais.


A agência chegou a abrir uma consulta pública, no fim do ano passado, para receber manifestações da sociedade civil sobre a proibição ou liberação dos cigarros eletrônicos. Há um intenso debate que tem marcado o tema no Brasil.


De um lado, entidades médicas, como que defendem a proibição, citando o risco da criação de uma nova geração de dependentes em nicotina por meio dos dispositivos. E do outro, os críticos que citam a ineficiência da fiscalização e defendem a regulamentação pra evitar a circulação ilegal dos aparelhos.


Perigo à saúde


Com aroma e sabor agradáveis, os cigarros eletrônicos chegaram ao mercado com a promessa de serem menos agressivos que o cigarro comum. Entretanto, a Associação Médica Brasileira (AMB) alerta que a maioria absoluta dos vapes contém nicotina – droga psicoativa responsável pela dependência e que, ao ser inalada, chega ao cérebro entre sete e 19 segundos, liberando substâncias químicas que trazem sensação imediata de prazer.


De acordo com a entidade, nos cigarros eletrônicos, a nicotina se apresenta sob a forma líquida, com forte poder aditivo, ao lado de solventes (propilenoglicol ou glicerol), água, flavorizantes (cerca de 16 mil tipos), aromatizantes e substâncias destinadas a produzir um vapor mais suave, para facilitar a tragada e a absorção pelo trato respiratório. “Foram identificadas centenas de substâncias nos aerossóis, sendo muitas delas tóxicas e cancerígenas.”


Ainda segundo a AMB, o uso de cigarro eletrônico foi associado como fator independente para asma, além de aumentar a rigidez arterial em voluntários saudáveis, sendo um risco para infarto agudo do miocárdio, da mesma forma que os cigarros tradicionais. Em estudos de laboratório, o cigarro eletrônico se mostrou carcinógeno para pulmão e bexiga.


Surto de doença pulmonar


Entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, foi registrado um surto de doença pulmonar em usuários de cigarros eletrônicos. Apenas nos Estados Unidos, foram notificados quase 3 mil casos e 68 mortes confirmadas.


Congresso Nacional


Além do debate no âmbito da Anvisa, tramita no Senado o Projeto de Lei (PL) 5008/2023, de autoria da senadora Soraya Thronicke, que permite a produção, importação, exportação e o consumo dos cigarros eletrônicos no Brasil.


Jovens


De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, 22,6% dos estudantes de 13 a 17 anos no país disseram já ter experimentado cigarro pelo menos uma vez na vida, enquanto 26,9% já experimentaram narguilé e 16,8%, o cigarro eletrônico.


O estudo ouviu adolescentes de 13 a 17 anos que frequentavam do 7º ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio das redes pública e privada.


Controle do tabaco


O Brasil é reconhecido internacionalmente por sua política de controle do tabaco. Em julho de 2019, tornou-se o segundo país a implementar integralmente todas as medidas previstas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no intuito de reduzir o consumo do tabaco e proteger as pessoas das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).


Com Agência Brasil.



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