“Começou o processo de deflação dos alimentos”. Foi com essa frase que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, resumiu as ações anunciadas pelo governo nesta semana, durante o lançamento do Plano Safra voltado à agricultura familiar. O pacote destina R$ 89 bilhões em financiamentos com juros reduzidos, apoio técnico e medidas para ampliar a produção e garantir alimentos mais baratos para a população.
Entre os destaques do plano está a regulamentação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), que visa a transição de uma agricultura de base química para uma agricultura de base biológica. Também foram apresentados protótipos de máquinas de pequeno porte voltadas à agricultura familiar. Um dos equipamentos é uma colheitadeira de açaí, desenvolvida para substituir o processo manual, que frequentemente causa acidentes.
Como medida para estabilizar os preços, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foi autorizada a comprar arroz com valor 25% acima do preço mínimo. A ideia é formar estoques e conter variações que possam pressionar o consumidor final. Além disso, o governo destinou R$ 900 milhões ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), voltado à compra de produtos da agricultura familiar.
Outras frentes do plano incluem investimento em conectividade no campo, reflorestamento e apoio à mecanização por meio de cooperativas. Segundo o governo, a expectativa é fortalecer uma agricultura tecnificada, sustentável e preparada para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, garantindo produção estável e acessível para a mesa dos brasileiros.