O climatério é uma fase natural da vida da mulher, marcada pela transição do período fértil para a menopausa – que é por definição o momento em que temos intervalo de suspensão da menstruação por 12 meses consecutivos. Esse processo, geralmente entre os 40 e 55 anos, é resultado da queda progressiva dos hormônios femininos — principalmente o estrogênio e a progesterona — e pode durar vários anos. O impacto dessas mudanças hormonais vai além do ciclo menstrual e se reflete em diversas áreas do corpo e da mente.
Mudanças hormonais e impactos físicos e emocionais
Durante o climatério, o corpo feminino passa por uma verdadeira reorganização. A redução dos níveis hormonais afeta o funcionamento do cérebro, dos ossos, do sistema cardiovascular, do metabolismo e do sistema reprodutivo. Não é raro que mulheres relatem sintomas como cansaço excessivo, dificuldade de concentração, lapsos de memória, diminuição da libido, variações de humor e ansiedade.
Essas alterações podem comprometer a qualidade de vida, mas não devem ser encaradas como um sinal de enfraquecimento. Pelo contrário: compreender o que está acontecendo é o primeiro passo para enfrentar essa fase com mais autoconfiança e autonomia.
Sintomas mais comuns e como aliviar
Os sintomas do climatério variam de mulher para mulher, tanto em intensidade quanto em duração. Entre os mais frequentes estão:
- Ondas de calor (fogachos)
- Suores noturnos
- Insônia ou sono fragmentado
- Irritabilidade e alterações de humor
- Secura vaginal e dor nas relações sexuais
- Ganho de peso e dificuldade para perder gordura abdominal
- Queda de libido
Para aliviar esses sintomas, uma das opções mais eficazes é a reposição hormonal, que deve ser indicada por um médico após avaliação criteriosa. A terapia hormonal ajuda a restabelecer os níveis de estrogênio e pode melhorar significativamente os sintomas físicos e emocionais. No entanto, não é indicada para todas as mulheres — especialmente aquelas com histórico de câncer de mama, trombose ou doenças hepáticas — e exige acompanhamento regular.
Outras abordagens incluem fitoterápicos, acupuntura, suplementação de vitaminas e minerais, além de psicoterapia para apoio emocional. A escolha do tratamento ideal depende do perfil e das necessidades de cada mulher.
Autocuidado e acompanhamento médico fazem toda a diferença
Encarar o climatério com naturalidade não significa ignorar seus efeitos. Ao contrário, é o momento ideal para adotar um estilo de vida mais saudável. Praticar atividade física regular, manter uma alimentação equilibrada, evitar álcool e cigarro, cuidar do sono e reservar momentos de prazer e relaxamento são atitudes que fazem toda a diferença.
Consultas regulares ao ginecologista ou endocrinologista são fundamentais para monitorar a saúde óssea, cardiovascular e metabólica, além de ajustar o tratamento conforme a evolução dos sintomas. O acompanhamento médico individualizado é o que garante segurança e eficácia nas intervenções.
O climatério não é o fim de um ciclo, mas sim o início de uma nova etapa — que pode ser vivida com energia, saúde e plenitude. Com informação de qualidade, apoio médico e atenção ao autocuidado, é possível transformar essa fase de transição em um momento de redescoberta e fortalecimento.
Dra. Ana Horovitz – CRM 111739
Ginecologista
Membro da Brazil Health