Celso Sabino comenta expulsão do União Brasil em entrevista à BandNews TV

“Acredito que eu não me acovardei, poderia ter tomado a decisão mais simpática e ter cedido à pressão do partido”
Foto Valter Campanato/Agência Brasil.

O União Brasil expulsou o ministro do Turismo, Celso Sabino, após ele contrariar a determinação do partido para deixar o cargo no governo federal. A decisão, tomada pela executiva nacional na última segunda-feira (8), ocorreu em votação secreta com 24 votos favoráveis à saída do ministro. O caso ganhou novo peso porque Sabino afirmou, em entrevista à BandNews TV, que recebeu um ultimato considerado por ele “irresponsável” a poucos dias da COP30, em Belém.

Durante o programa Tarde BandNews, com a apresentadora Paula Valdez, Sabino detalhou sua reação à cobrança partidária. Segundo ele, a legenda pediu sua saída imediata do ministério, o que colocaria em risco a preparação do evento climático internacional.

“Quando foi me dado o ultimato de abandonar o Ministério do Turismo há poucos dias da realização da COP30 na cidade de Belém, um prazo de 24 horas, eu julguei como uma irresponsabilidade se eu fizesse dessa forma”, afirmou.

O ministro prosseguiu dizendo: “Então acredito que eu não me acovardei, poderia ter tomado a decisão mais simpática e ter cedido à pressão do partido, que no meu julgamento foi uma decisão incoerente, foi uma decisão inoportuna e desarrasoada. Abandonaram o governo num momento decisivo para a realização da COP há poucos dias.”

Sabino destacou ainda o avanço da organização do evento. Ele disse que, no início das negociações, apenas 30 delegações haviam confirmado presença e que, após o trabalho conduzido pelo ministério, o número subiu para 195.

“Todos acompanharam as movimentações do Ministério do Turismo, um grupo de trabalho que nós criamos envolvendo vários ministérios, e chegamos na COP com 195 delegações oficiais participando da COP, que foi um sucesso de público, que foi um sucesso na sua realização como um todo na cidade de Belém”, afirmou.

Ele concluiu dizendo que não poderia submeter “uma decisão partidária, ou seja, política e também eleitoral” à responsabilidade que, segundo ele, “todos os homens públicos devem ter”.

Apesar da explicação pública, a executiva nacional do União Brasil considerou que Sabino descumpriu ordem direta da cúpula, configurando infidelidade partidária. A legenda havia determinado, em setembro, que todos os filiados deveriam deixar cargos no governo Lula até o dia 19 daquele mês. O partido havia alertado que o descumprimento seria tratado como infração disciplinar.

Inicialmente, Sabino sinalizou que acataria a determinação: anunciou que deixaria o comando do Turismo e chegou a entregar uma carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o passar dos dias, porém, recuou e decidiu permanecer no cargo.

O ministro participou remotamente da reunião que selou sua expulsão. Em uma rede social, afirmou ter “ficha limpa” e disse ter sido punido porque optou por seguir “o melhor projeto para o Brasil”.

Veja a entrevista na íntegra

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