A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é caracterizada pelo espessamento anormal do músculo cardíaco, especialmente na parede do ventrículo esquerdo. Esse espessamento dificulta a contração e o relaxamento do coração, comprometendo seu funcionamento ao longo do tempo. A condição é mais comum do que se imagina: afeta cerca de 1 a cada 500 pessoas, muitas vezes sem que percebam.
Origem genética e diferentes formas da doença
A CMH é uma doença hereditária, causada por mutações nos genes que produzem proteínas do músculo cardíaco. Essas mutações fazem com que o músculo cresça desordenadamente, o que pode ser identificado por exames mesmo na ausência de sintomas. Há diferentes tipos de apresentação, como a forma obstrutiva (mais comum), que dificulta a saída de sangue do coração, e a forma não-obstrutiva, que compromete o desempenho cardíaco sem bloqueios evidentes. O espessamento pode ocorrer em diferentes regiões do coração, como o septo, ápice ou parede livre do ventrículo.
Sinais de alerta e diagnóstico precoce
Os sintomas muitas vezes são sutis e confundidos com cansaço, falta de preparo físico ou envelhecimento. Entre os principais sinais estão:
- cansaço desproporcional ao esforço
- falta de ar
- palpitações
- tontura ou desmaios
O diagnóstico começa geralmente com exame clínico e pode ser confirmado por exames como ecocardiograma, eletrocardiograma, ressonância magnética e testes genéticos, especialmente quando há histórico familiar da doença.
Tratamentos e qualidade de vida
Embora não exista cura para a CMH, o tratamento pode controlar os sintomas e reduzir riscos. Os medicamentos mais usados são betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio. Em casos graves, pode ser indicada cirurgia para remoção do músculo espessado ou implantação de desfibrilador. Com acompanhamento médico regular e mudanças no estilo de vida, como atividade física moderada e alimentação equilibrada, muitos pacientes levam uma vida saudável e ativa.
Rodrigo Almeida Souza – CRM-PA 7926 | RQE 4130 / 4137
Cardiologia clínica e intervencionista