O câncer de mama é o tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no Brasil, em todas as regiões do país. A detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de cura e possibilitar tratamentos menos invasivos.
A mamografia é a principal ferramenta para o rastreamento da doença. O exame é uma radiografia das mamas capaz de identificar alterações no tecido mamário, incluindo lesões pequenas e ainda não palpáveis. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) recomenda a realização do exame a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos. A adoção dessa prática tem demonstrado eficácia na redução da mortalidade por câncer de mama nessa faixa etária.
Tecnologia da mamografia com contraste
Uma inovação no diagnóstico do câncer de mama é a mamografia com contraste, uma técnica que utiliza um agente de contraste intravenoso para melhorar a visualização das mamas. Como funciona? O contraste é injetado na paciente, permitindo uma melhor diferenciação entre os tecidos normais e os suspeitos, aumentando a precisão do diagnóstico. Esse exame é especialmente útil para mulheres com mamas densas, nas quais a mamografia convencional pode ter dificuldades na identificação de anomalias. O contraste realça áreas de vascularização aumentada, que podem indicar a presença de tumores.
Vantagens da mamografia com contraste:
- Auxilia na detecção precoce de tumores difíceis de identificar com exames tradicionais.
- Útil para pacientes com histórico de câncer de mama, ajudando a monitorar possíveis recidivas ou novas lesões.
- Melhora a precisão diagnóstica, especialmente em casos suspeitos.
Importante: Apesar de ser uma técnica promissora, a mamografia com contraste ainda está em processo de aperfeiçoamento e não substitui a mamografia convencional como exame de triagem.
Desafios e adesão ao exame
Apesar dos benefícios comprovados, a adesão à mamografia enfrenta desafios, incluindo:
· Medo e desinformação sobre o exame.
· Receio da dor ou do desconforto durante a mamografia.
· Dificuldades de acesso aos serviços de saúde, especialmente no sistema público.
· Longas filas de espera e falta de equipamentos em algumas regiões do país.
Superar essas barreiras é essencial para garantir que mais mulheres tenham acesso ao diagnóstico precoce, aumentando as chances de tratamento eficaz.
Mitos e Verdades sobre o Câncer de Mama
- “Todo caroço na mama é câncer” – Mito!
A maioria dos nódulos mamários é benigna. No entanto, qualquer alteração deve ser avaliada por um médico especialista. - “Somente mulheres com histórico familiar desenvolvem câncer de mama” – Mito!
Embora o histórico familiar aumente o risco, a maioria dos casos ocorre em mulheres sem antecedentes da doença na família. - “O uso de desodorantes antitranspirantes causa câncer de mama” – Mito!
Não há evidências científicas que comprovem essa relação. - “Mulheres mais velhas têm maior risco de desenvolver câncer de mama” – Verdade!
Com o avanço da idade, o risco aumenta significativamente, especialmente após os 50 anos. - “Amamentação ajuda a reduzir o risco de câncer de mama” – Verdade!
Durante a produção de leite, as células mamárias se multiplicam menos, reduzindo a exposição ao estrogênio, hormônio que pode influenciar o surgimento da doença. - “Manter uma rotina ativa é essencial para a prevenção do câncer de mama” – Verdade!
O INCA alerta que a obesidade e o sedentarismo aumentam as chances de desenvolver câncer de mama. Praticar pelo menos 150 minutos de atividade física por semana pode ajudar a reduzir esse risco.
Conclusão
A mamografia é a principal ferramenta para a detecção precoce do câncer de mama, aumentando as chances de cura e possibilitando tratamentos menos agressivos. A mamografia com contraste surge como uma inovação, auxiliando especialmente mulheres com mamas densas ou com histórico da doença. Vencer desafios como desinformação e dificuldades de acesso é fundamental para garantir que mais mulheres realizem exames regularmente.
Informação e conscientização salvam vidas! Compartilhe esse conteúdo e ajude a promover o diagnóstico precoce do câncer de mama.
Dr. Luis Eduardo Werneck – CRM 9638 PA RQE 73414
Oncologista
Diretor clínico do Grupo Oncológica do Brasil
Membro Brazil Health