Um novo grupo de brasileiros e parentes palestinos foi evacuado nesta terça-feira (20) da Faixa de Gaza, em uma operação coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores. Ao todo, 12 pessoas — incluindo seis menores — chegaram à Jordânia no período da tarde, após deixarem o enclave palestino em mais uma ação humanitária do governo brasileiro.
A operação foi realizada em sigilo para garantir a segurança dos envolvidos e contou com o apoio das Embaixadas do Brasil em Amã e Tel Aviv, além do Escritório de Representação em Ramala. O grupo, que se encontrava majoritariamente na região central de Gaza, foi transportado até a fronteira e escoltado por representantes diplomáticos brasileiros até a capital jordaniana. Após pernoite em Amã, os repatriados devem embarcar em um voo comercial para o Brasil nesta quarta-feira (21). Aqueles que precisarem de acolhimento no país serão assistidos por equipes do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Com essa nova ação, sobe para 127 o número de brasileiros e familiares diretos retirados da Faixa de Gaza desde outubro de 2023. No total, o governo brasileiro já retirou 1.572 pessoas da região — incluindo cidadãos localizados em Israel, na Cisjordânia e em Gaza. O Itamaraty reforça que continua monitorando a situação na região e mantém o alerta contra quaisquer deslocamentos à Faixa de Gaza.
Críticas de Netanyahu
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou o Canadá, Reino Unido e a França, após os países divulgarem uma nota de repúdio em relação às ações do exército israelense na Faixa de Gaza. As três nações definiram os atos como “intoleráveis”.Netanyahu justificou que Israel está em uma guerra defensiva e o objetivo é proteger seus cidadãos, e não promover a morte de palestinos no enclave. Ele também afirmou que este tipo de posicionamento oferece um grande preço ao Hamas, e lembrou sobre o massacre promovido pelo grupo no sul de Israel, no dia 7 de outubro de 2023.
O premiê ainda disse que a nota é um “convite” para mais atrocidades acontecerem, e pediu que todos os líderes sigam o exemplo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ainda defende as ações de Israel.
A tensão diplomática acontece após um final de semana conturbado dentro do enclave palestino. As forças de Israel promoveram ataques terrestres que deixaram mais de 130 pessoas mortas, conforme informou o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas. Além disso, Netanyahu afirmou que Israel assumirá o controle da Faixa de Gaza, justificando que a medida é fundamental para a vitória no conflito.