O ativista brasileiro Thiago Ávila foi colocado em confinamento solitário por autoridades israelenses após iniciar uma greve de fome. Segundo seus advogados, ele foi transferido para uma cela isolada, em outra prisão, como forma de punição por protestar contra sua detenção. A organização de direitos humanos Adalah, que atua na defesa dos detidos, confirmou a transferência e relatou que Ávila está em uma cela escura, pequena, sem ventilação e sem contato com outras pessoas.
A defesa de Thiago afirma que ele e outros ativistas não cometeram nenhum crime, e que foram sequestrados por Israel, já que a interceptação do barco onde estavam ocorreu em águas internacionais. A embarcação levava alimentos e remédios à Faixa de Gaza. A Flotilha da Liberdade Brasil, responsável pela missão humanitária, considera a prisão um crime de guerra, e o Conselho Nacional de Direitos Humanos reforça essa acusação, pedindo ao governo brasileiro a suspensão das relações diplomáticas e comerciais com Tel Aviv.
A esposa de Thiago, Laura Souza, informou que recebeu notícias contraditórias sobre a deportação do ativista. Inicialmente, foi comunicada de que ele partiria em breve, mas, pouco depois, foi surpreendida com a notícia de sua transferência para a solitária. O brasileiro está detido desde a semana passada, junto com outros 11 ativistas, após tentativa de entrar em Gaza, região que enfrenta um bloqueio israelense há mais de três meses, causando fome e desabastecimento para cerca de dois milhões de palestinos.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, condenou a prisão de Thiago Ávila e exigiu sua libertação imediata. Em nota oficial, classificou a ação de Israel como uma flagrante violação do direito internacional. Apesar da ordem de deportação emitida pelo Judiciário israelense, Thiago se recusou a assinar o documento que reconheceria sua entrada ilegal no país, o que atrasou sua saída. Enquanto isso, permanece sob custódia em condições denunciadas como abusivas.
