O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (18), elevar a taxa Selic para 15% ao ano, com aumento de 0,25 ponto percentual. A decisão foi unânime entre os diretores da instituição e marca o maior patamar da taxa básica de juros desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano. A medida ocorre apesar da recente desaceleração da inflação, que acumulou 5,32% em 12 meses, acima do teto da meta de 4,5%.
A decisão surpreendeu parte do mercado financeiro, que esperava a manutenção da Selic em 14,75% ao ano. Essa foi a sétima alta consecutiva promovida pelo Copom desde setembro de 2024. Segundo o Banco Central, a medida visa conter a inflação por meio do encarecimento do crédito e da desaceleração do consumo e da produção. A taxa de 15% também reflete as preocupações com a desancoragem das expectativas inflacionárias e a resiliência da atividade econômica.
De acordo com o BC, a inflação de serviços ainda está pressionada e sem sinais consistentes de moderação. Embora a expectativa fosse de interrupção do ciclo de alta, a autoridade monetária deixou aberta a possibilidade de novos ajustes. A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, definida dentro do novo sistema de meta contínua, com objetivo de 3% ao ano e tolerância entre 1,5% e 4,5%.
A elevação da Selic impacta diretamente o custo do crédito e as condições de financiamento no país. Por outro lado, dificulta o crescimento econômico. No último Relatório de Inflação, o BC reduziu para 1,9% a projeção de expansão do PIB em 2025. Já o mercado financeiro, segundo o boletim Focus, estima um crescimento de 2,2% para o mesmo período. A nova alta indica que o Copom continua atento às pressões inflacionárias e à instabilidade econômica global.
