O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, decidiu nesta quarta-feira (18) manter inalterada a taxa básica de juros no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano. A decisão, tomada por unanimidade pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), representa a quarta manutenção consecutiva da taxa desde dezembro do ano passado, e já era amplamente esperada pelos analistas do mercado financeiro.
Mesmo com a taxa sendo considerada elevada para os padrões históricos norte-americanos, o Fed optou por não reduzir os juros neste momento, justificando a decisão com base nas incertezas quanto ao rumo da economia do país. A autoridade monetária indicou que a inflação deve encerrar 2025 acima da meta, em torno de 3%, e que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será mais lento, com estimativa de 1,4% neste ano. O desemprego também deve subir, chegando a 4,5% até o fim de 2025.
A decisão do Fed contraria as pressões do presidente Donald Trump, que desde o início do ano cobra publicamente uma redução mais acelerada nos juros. O governo Trump tem adotado uma série de tarifas sobre produtos importados, o que, segundo os dirigentes do Fed, pode pressionar ainda mais a inflação e exige cautela na condução da política monetária. A recente escalada no preço do petróleo, impulsionada pelo conflito entre Israel e Irã, também pesa nas projeções do banco central.
Apesar da manutenção dos juros agora, o Fed sinalizou que ainda pode realizar dois cortes ao longo de 2025. No entanto, os membros do comitê indicaram que o ritmo de afrouxamento monetário deverá ser mais lento nos anos seguintes, com apenas uma redução de 0,25 ponto percentual prevista para cada um dos anos de 2026 e 2027. Para os analistas, os próximos passos do Fed dependerão da evolução da inflação, do mercado de trabalho e dos impactos das políticas comerciais adotadas pelo governo.