O Chile se prepara para uma eleição presidencial que promete entrar para a história do país. Neste domingo (16), milhões de cidadãos vão às urnas em um pleito especial, pois o voto será obrigatório para todos os eleitores, algo que não ocorria desde 2012. A medida visa aumentar a participação popular e garantir que uma parcela ainda maior da população chilena tenha voz na escolha do próximo presidente.
Estima-se que mais de 5 milhões de novos eleitores participem desta eleição, entre jovens que atingiram a idade mínima para votar e cidadãos que, até então, não haviam se registrado para exercer o direito ao voto. A expectativa é grande, e a movimentação nas cidades deve ser intensa, com longas filas nas seções eleitorais e forte cobertura da mídia local e internacional.
As pesquisas divulgadas até o momento indicam que nenhum dos oito candidatos consegue obter a maioria absoluta necessária para vencer já no primeiro turno, o que torna provável a realização do segundo turno. Esse cenário aumenta a atenção sobre as alianças políticas, as estratégias de campanha e o engajamento do público jovem e urbano, que poderá influenciar decisivamente o resultado final.
Entre os candidatos, Jeannette Jara, da esquerda, aparece liderando as intenções de voto. Ela conta com o apoio do atual presidente Gabriel Boric e tem focado suas propostas em políticas sociais, educação e reformas econômicas voltadas à redução das desigualdades. Por outro lado, caso seja necessário um segundo turno, previsto para 14 de dezembro, os levantamentos indicam que José Antonio Kast, candidato ligado à ultradireita, seria o favorito para vencer, apoiado por eleitores conservadores que defendem políticas mais rígidas em segurança, economia e imigração.
No sistema eleitoral chileno, a eleição presidencial funciona em dois turnos, caso nenhum candidato consiga mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno. Se isso ocorrer, os dois candidatos mais votados avançam para um segundo turno, que decide o vencedor. O voto é secreto e obrigatório, e os eleitores devem se apresentar às seções eleitorais em suas cidades ou localidades de registro. Essa regra visa garantir ampla representatividade e dar legitimidade ao presidente eleito.