O ataque aéreo israelense ao acampamento de Muwasi, área de proteção aos deslocados em Gaza, que teria matado pelo menos 40 pessoas segundo o Hamas, provocando uma condenação internacional imediata a Israel, foi revisado para 19 mortos e 60 feridos pelo Ministério da Saúde de Gaza. Três líderes importantes do Hamas estavam em Muwasi e morreram, segundo a rede Al Jazeera de TV: o chefe da “força aérea” Samer Ismail Khader Abu Daqqa; o chefe da vigilância e alvos da Divisão de Inteligência, Osama Tabash, e o oficial sênior Ayman Mablouth.
Cerca de 20 tendas de deslocados foram incineradas com o ataque e três grandes crateras abertas pelas bombas no deserto de Khan Yuhnis. O número de mortos deverá aumentar, porque há corpos sob os escombros e feridos em estado crítico. O porta-voz militar israelense comunicou que foram tomadas medidas para minimizar a morte de civis, inclusive aviso prévio de que o local seria alvo de um ataque.
Outro ataque israelense, com drone, matou o comandante da força de elite do Hezbollah, Muhammad Qassem al-Shaer, numa estrada perto do Lago Qaraoun, no Vale de Bekaa, a 40 quilômetros da fronteira norte de Israel.
Quando o ataque em Muwasi havia matado pelo menos 40 pessoas, segundo as primeiras informações do Hamas, o Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk, denunciou “o desrespeito flagrante” de Israel pelo direito internacional nos territórios palestinos ocupados. “Condeno veementemente os ataques aéreos mortais de hoje de Israel numa área densamente povoada numa zona humanitária designada por Israel em Khan Younis, onde pessoas deslocadas estavam abrigadas”, também afirmou o coordenador especial da ONU para o processo de paz no Médio Oriente, Tor Wennesland.
O secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, descreveu o ataque como “chocante”, e acrescentou: “Estamos reunidos num momento crítico para garantir um cessar-fogo em Gaza, com as mortes chocantes em Khan Yunis esta manhã apenas reforçando o quão desesperadamente necessário é esse cessar-fogo”. Com ele estava o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que, depois de dez visitas a Israel, Egito, Catar e Jordânia não conseguiu quebrar o impasse nas negociações para cessar-fogo e libertação de reféns.
A guerra em Gaza completou 11 meses, com mais de 41 mil mortos do lado palestino, entre os quais, segundo Israel, entre 17 e 19 mil homens do Hamas.
A “rainha” dos jornais britânicos
A princesa Kate está na capa dos jornais britânicos desta terça-feira, recuperada da quimioterapia contra um câncer. “Alívio”, ela comentou, dizendo que vai assumir alguns compromissos reais este ano. O câncer pode ter sido eliminado, mas o tratamento continua. Num vídeo, a princesa equipara suas experiências com o tratamento e o câncer como “complexas, assustadoras e imprevisíveis”.
Aqui está a primeira capa sem título da revista The Atlantic em 167 anos, feita pelo premiado artista digital Justin Metz. É sobre as tendências antidemocráticas de Donald Trump. O site Axios, de Washington, comenta que a capa foi inspirada em antigos livros de Ray Bradbury e Stephen King.
Rússia atacada com “pão” que Ucrânia amassou
A Rússia está experimentando o “pão” ucraniano tradicional chamado Palianytsia, nome com que foi também batizada a mistura de míssil e drone que atacou Moscou nesta terça-feira, matando uma pessoa e fechando o aeroporto internacional por mais de seis horas, com 50 voos tendo que ser redirecionados.
A proibição de atacar o interior da Rússia com armamento ocidental levou a Ucrânia a inventar o Palianytsia em 18 meses. Uns o descrevem como um “foguete drone de longo alcance”. Os detalhes de sua ogiva são mantidos secretos. A revista Forbes o descreveu “como um míssil de cruzeiro, mas diferente”. A agência Associated Press estima o valor de cada drone-foguete em 1 milhão de dólares.
Ao todo, a Ucrânia disparou 140 drones contra Moscou e suas redondezas, depois de ataques russos sofridos em Kiev e outras regiões. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que 20 foram abatidos, e protestou: “Não é possível que os ataques noturnos em bairros residenciais possam ser associados a uma ação militar”.
A resposta de Kiev: a Rússia, que enviou dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia em fevereiro de 2022, atacou a Ucrânia durante a noite com 46 drones, dos quais 38 foram destruídos. Os drones russos são fornecidos, em grande parte, pelo Irã. Os dois lados da guerra têm procurado desenvolver novos drones, a partir dos modelos mais baratos, e novas formas de destruí-los. O Palianytsia saiu na frente. Nesta terça-feira, alguns deles atingiram prédios de apartamentos em Ramenskoye, na área de Moscou.
(Fotos: o pão e o drone-foguete chamados Palianytsia)