O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou nesta quarta-feira que a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central (BC) será apreciada pelo plenário do Senado no dia 8 de outubro. O senador irá substituir o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, cujo mandato termina em breve.
Antes da votação no plenário, a nomeação de Galípolo passará por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A data exata para a sabatina ainda precisa ser confirmada, e será definida pelo presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO). O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, informou que Galípolo começou a se reunir com senadores nesta semana, com a expectativa de que a sabatina na CAE ocorra na próxima semana.
O processo de nomeação de Galípolo também inclui uma fase de articulação política conhecida como “beija-mão”. Galípolo, atual diretor de Política Monetária do Banco Central, tem se esforçado para conquistar o apoio dos senadores, realizando visitas e contatos diretos, inclusive com o presidente da CAE e o ex-presidente do colegiado, Otto Alencar. Alencar, que foi relator da indicação de Galípolo à diretoria de Política Monetária, manifestou sua disposição em colaborar com a articulação junto aos parlamentares do PSD.
A nomeação de Galípolo ainda precisa ser formalmente publicada no Diário Oficial da União antes de ser encaminhada oficialmente para a CAE. A votação para o cargo será secreta e presencial, o que exige a presença dos senadores em Brasília. A oposição deve utilizar o histórico de Galípolo, que é aliado do presidente Lula e crítico dos juros altos, para desafiar a indicação. O atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, tem um histórico de divergências com Lula, o que poderá adicionar um elemento de tensão ao processo de confirmação.