Cicatriz não é defeito: parte natural da recuperação após cirurgia plástica

Conheça o que influencia a cicatrização e os cuidados simples que ajudam a deixar a marca mais discreta ao longo do tempo

A cicatriz é um dos temas que mais preocupam quem passa por cirurgia plástica. Entender o que ela representa muda completamente a forma de viver o pós-operatório. Toda incisão – por menor, mais precisa ou mais delicada que seja – deixa uma cicatriz. Isso não é falha do procedimento, e sim um processo biológico natural. O objetivo não é não ter cicatriz, e sim garantir que ela evolua da melhor maneira possível ao longo dos meses.

Por que cada pessoa cicatriza de um jeito e o que influencia esse resultado

A aparência final da cicatriz depende de uma combinação de fatores, alguns controláveis e outros não. A genética tem papel central: há pessoas que tendem a formar cicatrizes mais espessas, elevadas ou queloides, enquanto outras têm uma resposta mais discreta. O tipo e a tonalidade da pele, a idade e condições como diabetes também interferem na qualidade da cicatrização.

Além dos fatores biológicos, o pós-operatório exerce influência direta no resultado. Alimentação equilibrada, ingestão adequada de proteínas, boa hidratação, não fumar e seguir corretamente as orientações médicas favorecem uma cicatrização mais suave. A tensão sobre a pele e movimentos excessivos na região da incisão também podem alterar o aspecto final, especialmente nos primeiros meses.

Independentemente da técnica utilizada, a cicatriz passa por fases. Ela pode ficar mais escura, endurecida ou elevada temporariamente. Isso faz parte do processo e não deve gerar preocupação precoce.

O tempo é o principal aliado – e os cuidados fazem toda a diferença

A maturação completa da cicatriz pode levar até um ano. Nesse período, ela muda de cor, textura, espessura e sensibilidade. No início, costuma ser mais avermelhada ou rosada. Com o passar das semanas, tende a clarear, amolecer e se tornar mais uniforme. Por isso, paciência e acompanhamento são fundamentais.

Durante esse processo, algumas medidas ajudam a garantir um resultado mais bonito e discreto. O uso de fitas de silicone, cremes específicos e massagens orientadas pelo cirurgião podem melhorar a organização das fibras de colágeno. A fotoproteção rigorosa é indispensável – a exposição ao sol pode escurecer a cicatriz e prejudicar o resultado. Em casos selecionados, tecnologias complementares como laser, luz pulsada e biofotônica auxiliam na textura e na coloração.

O mais importante é lembrar que a cicatriz faz parte da trajetória de recuperação e da própria história da cirurgia. Com orientação adequada, expectativas realistas e cuidados consistentes, ela amadurece de forma harmoniosa e se integra naturalmente ao corpo, permitindo que o paciente desfrute plenamente do resultado do procedimento.

Dra. Mariana Fernandes Zalli – CRM/SC 18.651 | RQE 18.864

Cirurgiã plástica

Médica formada pela Universidade Regional de Blumenau – FURB.

Membro da Brazil Health

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