O texto final da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, excluiu a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, um dos temas centrais da conferência em Belém, no Pará.
O documento mais importante da COP30, que recebeu o nome de “Decisão de Mutirão”, excluiu o plano impulsionado pelo governo brasileiro, que previa a redução gradual do uso de combustíveis fósseis. Os países árabes e asiáticos não aceitaram nem uma menção mais genérica no texto. O presidente da COP, André Corrêa do Lago, anunciou que vai formular um roteiro para o fim dos combustíveis fósseis por iniciativa própria. Correa do Lago afirmou que os esforços serão liderados pela ciência durante o mandato dele na Conferência – que dura um ano.
O texto trouxe avanços tímidos no financiamento para adaptação climática, acordando que as nações deverão fazer esforços para ao menos triplicar o financiamento para esta área até 2035. Porém, a declaração não fala de valores, nem o papel dos governos em mobilizar esses repasses, o que era uma demanda da Europa.
A redação final da Conferência não cita qualquer plano para zerar a devastação das florestas tropicais, que também era um dos pontos de maior expectativa entre os cientistas no evento. O texto ainda traz um reconhecimento inédito da importância das comunidades afrodescendentes e territórios indígenas, além de mencionar também questões de gênero, como as mulheres sendo mais afetadas pela insegurança alimentar.
