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Moises Rabinovici: impasse em Gaza, tensão em Al Aqsa pelo Ramadã

Steve Witkoff, enviado especial da Casa Branca, anula visita ao Oriente Médio para integrar negociações de paz entre Rússia e Ucrânia
Fonte: BandNews TV

O enviado especial da Casa Branca ao Oriente Médio, Steve Witkoff, cancelou a visita a Israel, Arábia Saudita e Catar, prevista para começar amanhã, porque foi convocado pelo presidente Trump a se unir ao grupo que negocia a paz entre Rússia e Ucrânia.

A ausência de Witkoff aumenta a incerteza sobre o cessar-fogo entre Israel e Hamas, que está sem uma 2ª fase negociada quando a 1ª chega ao fim, em 1º de março. Um período de alta tensão tradicional vai se sobrepor ao impasse em Gaza: esta sexta-feira marca o 1º dia do mês sagrado de Ramadã para os muçulmanos.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) estão impondo restrições à entrada na mesquita de Al Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado do Islã, no topo do Monte do Templo, o lugar mais sagrado dos judeus, em Jerusalém. Só 10 mil fieis serão admitidos, entre elas crianças de menos de 12 anos, homens com mais de 55 anos e mulheres com mais de 50 anos. Prisioneiros libertados em troca de reféns estão proibidos.

O Hamas está incentivando os muçulmanos da Cisjordânia a que compareçam às orações desta sexta-feira, em grande número, e se oponham as tentativas de Israel de “profanar e controlar” Al Aqsa. O Ramadã é o mês em que o Alcorão foi revelado e que Maomé subiu aos céus em um cavalo alado. Por 30 dias, os muçulmanos jejuam do alvorecer ao pôr-do-sol. No final do Ramadã do ano passado, 120 mil fiéis rezaram em Al Aqsa, apesar da guerra em Gaza.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu adiou a libertação de 620 prisioneiros devidos em troca de 10 reféns, quatro deles em caixões, desde a semana passada. Ele exigiu que os quatro restos mortais que devem ser entregues nesta quinta-feira fossem antecipados. É uma flagrante violação do cessar-fogo, denunciado pelo Hamas. Até às 22 horas em Israel, nesta terça-feira, o impasse perdurava.

Houve disparos na trégua durante o dia. Israel disparou contra vários navios na costa de Gaza e também em terra, em pontos em que os soldados das FDI sentiram-se ameaçados pela aproximação de palestinos. Na frente Síria, Israel recebeu o pedido de se retirar da zona desmilitarizada monitorada pela ONU, já rejeitado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

*Esse texto não reflete necessariamente a opinião da BandNews TV