Moisés Rabinovici: Acordo em Gaza entra em fase “crucial”

Israel e Hamas negociam troca de reféns por prisioneiros palestinos; acordo envolve deportações, garantias internacionais e controle da passagem de Rafah

Várias vezes anunciado como “iminente”, agora o acordo de cessar-fogo em Gaza e troca de reféns por prisioneiros palestinos entrou numa fase “crucial”, podendo ser concluído brevemente. O que dá crédito às informações são consultas de Israel a familiares de presos sobre se concordam em viver na Turquia, no Catar ou em algum outro país muçulmano, para onde serão deportados os condenados à prisão perpétua por crimes de sangue.

As negociações estão progredindo no Cairo e em Doha, simultaneamente. O jornal palestino Al Quds (A Santa, o nome árabe de Jerusalém) publicou nesta quarta-feira que um acordo chegou “ao estágio final”. O Yedioth Ahronot, israelense, o confirmou.

O principal prisioneiro palestino a ser libertado é Marwan Barghouti, (foto) apontado como o líder potencial capaz de unir as facções rivais do Hamas e do Fatah. Ele está preso desde 2002. O segundo mais importante prisioneiro é Ahmed Saadat, secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina, que planejou o assassinato do ministro israelense Rehavan Zeevi, em 2001. As esposas dos dois não se opuseram a viver na Turquia. O Irã não aparece no acordo como opção de exílio a ex-prisioneiros.

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O Hamas acedeu a duas exigências de Israel para levar as negociações à fase “crucial”: (1) concordou que o cessar-fogo não seja considerado o fim da guerra; e (2) permitiu que tropas israelenses sejam mantidas nos corredores Philadelphi e Netzarim, mas não mais nos centros das cidades de Gaza, até um acordo de paz definitivo. Uma lista de reféns vivos e mortos já foi entregue. E uma lista de prisioneiros já está em discussão.

Muitos dos prisioneiros palestinos escolheram ficar na Cisjordânia, porque Gaza está arrasada. Cerca de 30 reféns israelenses “humanitários” serão libertados na primeira fase de seis semanas de cessar-fogo: são mulheres, idosos e doentes, mais corpos de mortos. Ao mesmo tempo, deslocados palestinos poderão voltar ao norte de Gaza. O controle da passagem de Rafah passará para a Autoridade Palestina (AP), sob supervisão do Egito.

O Hamas exige garantias internacionais de que Israel vai implementar todas as etapas do acordo. Uma delegação israelense viajou para o Catar, onde era esperado o diretor da CIA, Bill Burns. “Agora, é uma questão de tempo”, disse um negociador americano ao Yedioth Ahronot. O acordo deverá ser anunciado antes de 20 de janeiro, quando o presidente Biden transfere seu cargo para o presidente eleito Donald Trump.

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Musk e o acesso limitado às informações secretas dos EUA

O amigão de Trump mais rico do mundo, Elon Musk, está com um problema: seu acesso é limitado às informações secretas dos EUA por fumar maconha e se aplicar cetamina, um anestésico que induz um estado de transe.

Deu no Wall Street Journal e acabou reproduzido em jornais mundo afora. O problema é que Musk foi nomeado por Trump para o novo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), para o qual vai precisar de maior acesso aos segredos da Casa Branca.

Os advogados de Musk recomendam que ele se contente com o acesso limitado que tem hoje. Se for preencher os formulários pedindo mais, terá que revelar seus contatos com a China, onde vende os carros elétricos Tesla, ou com o czar russo Vladimir Putin, e daí perder as permissões que obteve como outros 400 funcionários de sua empresa SpaceX, que dispara foguetes para a NASA.

O Wall Street Journal informou que Musk teria um longo histórico de uso de drogas psicoativas, inclusive LSD e cogumelos psicodélicos. Em 2018, em entrevista ao vivo com Joe Rogan, ele acendeu um cigarro de maconha, encobrindo a câmera com fumaça. Custou-lhe uma fortuna em imediata queda de ações da Tesla.

Com seu limitado acesso às informações secretas, Musk não consegue entrar no programa de satélite espião de sua própria empresa. Nem visitar instalações que compartilham trabalhos relacionados à SpaceX. É provável que o presidente eleito Donald Trump consiga mudar essa situação. Ele já foi processado por levar documentos supersecretos para sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida, e deixá-los desprotegidos.

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Capas destaque quarta-feira (18)

Caça aos drones

Repercussões da patinete explosiva que matou o general das armas químicas

Aquela mesa comprida que Putin usava no tempo da pandemia volta agora para ele receber al-Assad, na charge desta quarta-feira na capa do Le Monde. O contágio, agora, é a derrubada ditadores.

A invasão do PCC na Amazônia está na capa do Washington Post. Fiz um resumo da reportagem anteontem, quando o Post a postou no online.

Vini Júnior é eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA

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