O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou pela primeira vez, nesta quinta-feira (21), sobre a descoberta de um plano de atentado contra sua vida. A fala ocorreu durante a divulgação do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de Rodovias. Além de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin também era um dos alvos do plano.
“A tentativa de envenenar eu e Alckmin, não deu certo, eu queria dizer pra vocês uma coisa importante… Vocês estão lembrados que quando nós disputávamos as eleições, eu dizia que um dos meus desejos era trazer o Brasil à normalidade, à civilidade democrática, em que a gente faz as coisas da forma mais tranquila possível, sabendo que tem adversários políticos, ideológico, mas sabendo que, de forma civilizada, você perde, ganha” – comentou o presidente ao abrir o seu pronunciamento.
“É esse país, sem perseguição, sem estímulo do ódio, sem o estímulo da desavença, que a gente precisa construir. É esse país que vai fazer que com a gente possa acreditar que i discurso do companheiro Marco Aurélio, representando a associação daqueles que cuidam de estradas nesse país que a gente pode garantir que esse país mudou. Eu nao quero envenenar ninguém, eu nao quero nem perseguir ninguém, a única coisa que eu quero quando terminar o meu mandato a gente desmoralize com números aqueles que governaram antes de nós”, completou, ao fim do discurso.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, também seria assassinado pelo grupo que planejava o atentado. Segundo as investigações, Moraes vinha sendo monitorado desde 12 de novembro de 2022. Documentos apreendidos pela PF indicam que o esquema teve início após uma reunião na residência do general da reserva Walter Braga Netto. “Considerando o contexto apurado, levando-se em conta as informações disponíveis, o Ministro Alexandre de Moraes estava sendo monitorado, pelo menos, desde novembro de 2022”, afirmaram os delegados Fábio Shor, Rodrigo Morais Fernandes, Elias Milhomens e Luciana Caires no relatório da operação.
Prisões e medidas adicionais
A operação resultou na prisão de cinco pessoas: quatro militares do Exército ligados às Forças Especiais, conhecidas como “kids pretos”, e um policial federal. Entre os presos está o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, que exerce função ativa no Comando de Operações Especiais, em Goiânia.
Outro preso é Wladimir Matos Soares, policial federal que participou da segurança de Lula durante o período de transição de governo. De acordo com as investigações, Wladimir teria compartilhado informações sensíveis sobre a segurança do presidente eleito com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, chegando a declarar que aguardava uma “canetada” para auxiliar em um possível golpe de Estado.
Além das prisões preventivas, foram expedidos três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares, incluindo a entrega de passaportes em 24 horas, proibição de contato entre os investigados e suspensão do exercício de funções públicas.