Os policiais civis citados na delação premiada de Vinicius Gritzbach foram afastados enquanto as investigações de que tentaram cobrar propina do empresário estão em andamento. O número de agentes não foi informado pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP).
Ontem, oito policiais militares também foram suspensos do trabalho por suspeita de estarem trabalhando na escolta do delator. A prática de bicos, como a segurança particular, é proibida pela Polícia Militar e classificada como uma transgressão grave. A execução aconteceu na sexta-feira da semana passada na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Em depoimento à Polícia Civil, a namorada do empresário disse que ele desconfiou que estava sendo seguido por um homem que já o ameaçava durante a viagem a São Miguel dos Milagres, em Alagoas, e que ele foi avisado de que o carro que faria a escolta dele estava com problemas mecânicos assim que chegou em São Paulo.
Ontem, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que não pretende federalizar as investigações do assassinato. Vale lembrar que execução aconteceu em uma área de competência da Polícia Federal.
“Não existe nenhuma ideia de federalizar este caso. Ocorre que um réu, colaborador, fez uma colaboração ao Ministério Público do Estado de São Paulo. E, portanto, a princípio, a competência é da Polícia Civil paulista de investigar esse caso. A Polícia Federal está exercendo sua competência, no seu inquérito que abriu, para examinar possível repercussão na operação do Aeroporto Internacional de Guarulhos”, disse o Ministro.
“É possível que no futuro as duas investigações convirjam para o mesmo ponto. mas isso é o futuro que dirá”, completou.
Para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é preciso endurecer as penas contra o crime organizado no Brasil.
“Não dá para membros de organização criminosa terem benefícios ou acesso a determinados benefícios como progressão de pena ou até mesmo liberação em audiência de custodia, como se tivessem cometido algum crime sem relevância. Está na hoa de endurecer… De aumentar o custo do crime. E tem que ter o endurecimento de pena. Quem fala que isso não resolve, resolve”, afirmou Tarcísio.
No acordo de delação premiada, além de apontar como lavava o dinheiro do PCC, Gritzbach teria dado informações sobre fraudes em bancos digitais e esquemas no futebol.
A Polícia Civil de São Paulo não descarta nenhuma hipótese, mas trabalha com três possibilidades de mandantes do assassinato. Os investigadores apuram se o PCC está por trás da morte dele ou se os policiais civis delatados por extorsão orquestraram o crime.
O empresário trazia na bagagem R$ 1 milhão em joias, que também podem estar relacionadas com a execução. Até o momento, ninguém foi preso.