Moises Rabinovici: tudo pronto para Trump negar uma derrota

Fonte: divulgação

Jornais espanhóis desta quinta-feira

Advertisement

Trump, Putin, Macron, Imigração, Demografia…

Como evitar o Caos (com Giuliano Empoli e Édouard Philippe)

________________________________________________________________________________________________________________

O influente Bernard Arnault (o homem mais poderoso da França)

________________________________________________________________________________________________________________

Doces ou Travessuras

________________________________________________________________________________________________________________

Sete mortos na paz para o Líbano

Um foguete do Hezbollah matou quatro estrangeiros e um israelense num pomar de maçãs na região de Metula, na fronteira norte de Israel, e estilhaços mataram outros dois em Haifa. Os sete mortos podem ter consequências para o cessar-fogo que estaria por “questão de horas”, como declarou o primeiro-ministro libanês.

Dois enviados da Casa Branca, Amos Hochstein e Brett McGurk, chegaram a Israel para concluir um cessar-fogo de 60 dias, tempo em que os detalhes finais devem ser acertados para um acordo permanente. Com o ataque desta manhã, porém, o chefe do conselho local de Metula, David Azoulay, criticou a intenção de “normalizar a situação”.

A situação está longe de ser normalizada: Israel pediu a todos os moradores de Baalbek e subúrbios vizinhos que se retirem imediatamente porque vai atacar. “Você está em uma zona de combate onde as Forças de Defesa de Israel (FDI) pretendem atacar e atingir a infraestrutura, ativos, instalações e armas do Hezbollah, e não pretende prejudicá-lo”, escfeveu o coronel Avichay Adraee na plataforma X, anexando um mapa. “Permanecer na zona vermelha expõe você e seus familiares ao perigo”.

Com as mortes desta manhã passam a ser 37 as vítimas civis do lado israelense. Morreram também 61 soldados e reservistas. Do lado libanês, pelos cálculos de Israel, 2 mil combatentes do Hezbollah foram mortos, outros 100 de grupos menores, e centenas de civis. Em setembro, o Hezbollah informava 516 mortos, identificados pelos nomes, mas não houve atualização desde então.

As sirenes de ataque aéreo soaram em Karmiel e em algumas comunidades das Galileia, e 30 mísseis foram lançados, alguns deles interceptados por Israel, com estilhaços matando duas pessoas na região de Haifa. Por outro lado, drones israelenses mataram dois motociclistas e o motorista de um carro em estradas do vale de Bekaa e em Naqura, enquanto a força aérea bombardeou centros de comando do Hezbollah na Síria.

A Casa Branca inverteu suas prioridades: se antes perseguia um acordo em Gaza, considerando que com ele encerraria a guerra no Líbano, agora está insistindo primeiro no cessar-fogo no Líbano. Ele pode ser fechado antes ainda das eleições americanas, semana que vem, porque baseado na resolução da ONU 1701, de 2006, que agora seria reforçada e implementada, com o afastamento do Hezbollah para além do rio Litani, a 25 quilômetros da fronteira. A prioridade também é do governo israelense, que quer trazer de volta para o norte os 60 mil habitantes deslocados para o sul há mais de um ano.

Os dois emissários americanos viajaram ao Oriente Médio depois que receberam sinais de flexibilidade do Líbano, de Israel e do Hezbollah.

________________________________________________________________________________________________________________

O cessar-fogo no Líbano foi abatido antes de vigorar

O cessar-fogo no Líbano e em Gaza parece ter sido abatido tão rapidamente quanto as esperanças de que estava prestes a ser alcançado. O Hezbollah se negou a recuar para o rio Litani, a 25 quilômetros da fronteira israelense, e o Hamas quer um fim permanente da guerra, e não temporário.
Os mediadores do Catar e dos Estados Unidos cancelaram a visita que fariam nesta quinta-feira à Beirute, onde o primeiro-ministro Najib Mikati dizia, um dia antes, que um acordo era uma “questão de horas”.
Os dois principais negociadores enviados pela Casa Branca à Jerusalem, Amos Hochstein e Brett McGurk, estão voltando para Washington, um dia depois que chegaram. Mas, segundo Israel, os encontros deles com o primeiro-ministro Netanyahu, o ministro da Defesa Yoav Gallant e os chefes do Shin Bet e do Mossad, “foram substantivos e construtivos e focados em uma série de questões em profundidade, incluindo o Irã, Líbano, Gaza e a libertação dos reféns”. O direito de atacar o Hezbollah em caso de violação do acordo, exigido pelo governo israelense, seria concedido em forma de carta dos Estados Unidos.
“A ideia de uma pausa temporária na guerra, apenas para retomar a agressão mais tarde, é algo sobre o qual já expressamos nossa posição. O Hamas apoia um fim permanente da guerra, não temporário”, disse o principal funcionário do Hamas, Taher al-Nunu, à agência de notícias France Presse.
A proposta recusada pelo Hamas foi discutida em Doha até a última segunda-feira. Parecia ter um acordo de princípio de todos. Com o cessar-fogo de um mês seriam libertados entre 11 a 14 reféns em troca de 100 prisioneiros palestinos.
“As autoridades dos EUA acreditam que, se um acordo de curto prazo puder ser alcançado, isso poderá levar a um acordo mais permanente”, disse uma fonte ao jornal The Times of Israel. O Hamas reafirmou seus pontos para um acordo: “um cessar-fogo permanente, retirada [das forças israelenses] de Gaza, o retorno de pessoas deslocadas, ajuda humanitária suficiente e um sério acordo de troca prisioneiros”. O Egito também propôs um cessar-fogo de dois dias e libertação de quatro reféns, e havia ainda uma proposta de Moscou para libertar dois dos reféns com cidadania russa.
Os sete mortos em Israel por ataques do Hezbollah, nesta quinta-feira, não foram apontados como causa do esvaziamento do acordo de cessar-fogo no Líbano. O que o provocou foi a recusa do Hezbollah em recuar para o rio Litani, abrindo uma zona tampão a ser preenchida por 8 mil soldados do exército libanês.

________________________________________________________________________________________________________________

“Os presidentes não precisam ser santos e esperamos que uma segunda presidência de Trump evite desastres”, diz o editorial da revista The Economist endossando a vice-presidente Kamala Harris. “Mas o Sr. Trump representa um risco inaceitável para a América e o mundo.”
E acrescenta: “É difícil imaginar a Sra. Harris sendo uma presidente estelar, embora as pessoas possam surpreender. Mas você não pode imaginá-la provocando uma catástrofe.”

Tudo pronto para Trump negar uma derrota 
Uma pesquisa feita nos principais jornais dos EUA nos últimos três dias leva à conclusão de que o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, está se preparando para negar o resultado das eleições, se for derrotado.

Alguns dos indícios: Trump já está alegando fraude eleitoral, antes da contagem dos votos, baseado em incidentes isolados sob investigação. A antecipação de denúncias criou um clima de desconfiança, a ser explorada em caso de derrota. É a estratégia de 2020: as alegações de fraude culminaram na invasão do Capitólio, em 6 de janeiro.

A pesquisadora de estudos de governança da Brookings Institution, Elaine Kamarck, disse ao Blog Hill, do Capitólio, que a fraude eleitoral americana “é minúscula” e que ela “nunca afetou uma eleição na memória recente”. Nos últimos 13 a 38 anos, a fraude, em vários estados-chave, “é inferior a 1%”. A Heritage Foundation pesquisou 30 anos de dados em 32 eleições na Pensilvânia. Encontrou 0,000039 % em mais de 100 milhões de votos, ou 39 casos de fraude.

Uma pesquisa da Post-Schar School revelou que a maioria dos eleitores em estados-chave tem medo de que eleitores de Trump recorram à violência, caso ele perca. E mais: dois terços dos eleitores acreditam que o próprio Trump não aceitará uma derrota e incitará à violência.

Muito usado no Brasil, o “nós contra eles”, que desumaniza os adversários, entrou no repertório de Trump. A culpa por todos os problemas do país é “deles”. Essa retórica produz o clima de antagonismo e polarização. A desinformação se espalha sem controle pelas redes sociais, muitas sem moderação e algumas sob interferência estrangeira, principalmente russa ou chinesa.

A CNN mostrou como Trump está usando as mesmas táticas de 2020, com as alegações prematuras de fraude no Condado de York, replicadas nas redes sociais. A denúncia é de registros de eleitores inexistentes e até mortos. O secretário de estado da Pensilvânia pediu paciência, enquanto investiga, mas Trump escreveu: “O condado de York recebeu MILHARES de formulários de registro de eleitores potencialmente FRAUDULENTOS e pedidos de voto por correio de um grupo de terceiros”. Em menos de uma hora, esse post recebeu mais de 1 milhão de visualizações. O governador democrata da Pensilvânia, Josh Shapiro, comentou que esse tipo de acusação “é mais do mesmo de Trump”, lembrando que ele, como procurador geral do estado, derrotou 43 desafios para a contagem de votos de 2020.

“Eu entendo que Donald Trump queira usar novamente o mesmo manual com o qual tenta criar o caos e alimentar a divisão e o medo sobre nosso sistema. Mas, mais uma vez, teremos uma eleição livre e justa, segura e protegida na Pensilvânia, e a vontade do povo será respeitada e protegida”, acrescentou Shapiro.

Desde a derrota em 2020, uma rede trumpista foi formada para negar o sistema eleitoral americano. É dela que partem as teorias da conspiração que logo se espalham on-line, como a de máquinas de votação manipuladas, coleta ilegal de cédulas, eleitores não cidadãos e até voto de mortos. “Todo o processo está trancado, desde o momento em que as cédulas são impressas e entregues aos locais de votação, até o momento em que são colocadas nas máquinas de contagem no local de votação”, disse Elaine Kamarck ao blog Hill. A NewsGuard, uma organização que monitora desinformação, já detectou mais de 50 narrativas eleitorais falsas circulando pela internet, a maioria visando os principais estados em que a eleição está empatada, como no Michigan, na Georgia e na Pensilvânia. Alguns vídeos com votos para Trump sendo rasgados no Condado de Buck (Pa.) foram “fabricados e amplificados” por hackers russos, segundo conclusão do FBI e da Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura (CISA).
O clima de retórica “nós contra eles” e denúncias infundadas de fraude eleitoral aumenta a chance de violência política pós-eleições. Deputados republicanos e democratas se preparam para um período tumultuado. Apesar do potencial para um motim como o de 6 de janeiro de 2024, é improvável que ele se repita, diz Heidi Beiricha, do Projeto Global Contra o Ódio e o Extremismo. Mas ela considera a desinformação e as teorias da conspiração espalhadas como uma das causas das duas tentativas de assassinato sofridas por Donald Trump e o tiroteio no Comitê Nacional Democrata, em Phoenix.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da BandNews TV*

Keep Up to Date with the Most Important News

By pressing the Subscribe button, you confirm that you have read and are agreeing to our Privacy Policy and Terms of Use
PATROCINADO