A morte química de florestas no Brasil
Um vídeo feito por drone mostra um trecho do pantanal como calvície numa cabeça antes cabeluda. É uma denúncia: o desmatamento químico está substituindo e crescendo no lugar do fogo e das motoserras. Está no jornal New York Times desta terça-feira, em reportagem de Jack Nicas e Flávia Milhorance.
O uso de pesticida, que mata lentamente a floresta, não é detectado por satélites. Uma clareira encontrada, do tamanho da cidade de New York, pertence ao fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes, fornecedor de carne para a JBS. Ele é réu num processo que pode lhe cobrar 1 bilhão de dólares em compensação. Ele se diz inocente.
O uso de herbicidas por madeireiros e pecuaristas contamina o solo. As árvores perdem, primeiro, as folhas, e depois secam e morrem. Mortas, são cremadas. As provas de que foram envenenadas desaparecem. Pelo menos 288 quilômetros quadrados de florestas desapareceram com pesticidas desde 2010, de acordo com pesquisas da Repórter Brasil, citada pelo New York Times. A reportagem pode ser lida em https://www.nytimes.com/2024/10/29/world/americas/brazil-forest-amazon-chemicals.html?smid=url-share
(Foto de Lalo de Almeida para o NYT, mostrando uma fazenda de gado no Pantanal)
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Só faltou Vini nestas capas
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A Volkswagen aperta o freio diante da alta concorrência asiática, queda nas vendas e transição lenta para veículos elétricos. Vai fechar três fábricas, demitir milhares de empregados e reduzir em 20% o salário dos que forem mantidos. As manchetes dos jornais desta terça-feira falam em “susto”, “surpresa”, “políticos alarmados” e “ah, céus!”
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Será o fim das massagens eróticas em Genebra?
O jornal Tribune de Genève detectou “o declínio dos salões de massagens (eróticas)” em Genebra. Eram 128 em 2018, agora são 58, ou 70 a menos. As “trabalhadoras do sexo estão numa situação pessoal delicada”, concluiu uma pesquisa publicada na edição desta terça-feira.
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Hezbollah anuncia um novo líder
O vice-líder do Hezbollah por mais de 30 anos, Naim Qassem, foi designado o substituto do secretário-geral Hassan Nasrallah e do seu sucessor não empossado, Hashem Safieddine, ambos assassinados por Israel.
Qassem, 70 anos, escolhido pelo Conselho Shura, formado por seniores do Hezbollah, mudou-se para Teerã no começo do mês, considerado mais seguro do que em Beirute. Ele partiu num avião iraniano, levado pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi.
Qassem assume o Hezbollah enfraquecido pelos assassinatos sucessivos de seus comandantes e pela invasão do sul do Líbano por Israel, que está destruindo túneis, arsenais e lançadores de mísseis instalados perto de sua fronteira norte.
“Vamos enfrentar qualquer possibilidade e estamos prontos se os israelenses decidirem entrar por terra”, dizia Qassem no mês passado, antes que Israel entrasse por terra. Ele nada comentou sobre as iniciativas de cessar-fogo da França e dos EUA, e é quem deve decidir se as aceita.
Qassem nasceu em Beirute, em 1953, e entrou para o Hezbollah quando era formado, na década de 80, saindo do movimento xiita Amal. Era o vice de al-Musawi, assassinado por Israel em 1992, e continuou no posto quando Nasrallah o substituiu. A imprensa internacional o conhece porque ele é quem dava entrevistas em nome do grupo, embora não fosse o seu porta-voz oficial.
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Paz para o Líbano antes das eleições nos EUA?
Uma proposta de cessar-fogo para o sul-libanês foi debatida por um pequeno grupo do governo israelense nesta terça-feira à noite. Entre seus itens principais está uma versão melhorada da Resolução 1.701 da ONU, que encerrou a Guerra do Líbano de 2006 e exige que o Hezbollah tenha por limite o rio Litani, a cerca de 30 quilômetros da fronteira norte de Israel. A região tampão entre os dois países deverá ser ocupada pelo exército libanês.
Participaram da reunião o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o ministro da Defesa Yoav Gallant, o chefe do Estado Maior das Forças de Defesa de Israel Herzi Halevi, o chefe do Mossad David Barnea e o chefe do Shin Bet Ronen Bar. A proposta foi apresentada pelo ministro de Assuntos Estratégicos Ron Dermer. O canal 12 israelense informou que Halevi recomendou o fim da guerra negociado e defendeu um acordo com o Líbano separado do que se pretende para Gaza.
Para a retirada do Hezbollah e do exército de Israel, e a entrada do exército libanês, deverá ser criado um mecanismo internacional de supervisão e aplicação do acordo. Israel quer liberdade de operação se houver “ameaças que precisem ser removidas”. O acordo deve durar 60 dias até ser finalizado. Os ministros de extrema-direita do governo israelense foram consultados, mas não participaram da reunião. O emissário dos EUA para o Líbano, Hamos Hochstein, deve voltar à região antes ainda das eleições nos EUA, na semana que vem.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da BandNews TV*