Homem que incentivou 92 estupros da esposa começa a ser julgado
O marido que se diz “estuprador” levou 72 homens para violar 92 vezes sua esposa, a quem deixava inconsciente com drogas, começou a ser julgado em Avignon, na França, nesta terça-feira. No tribunal, Dominique Pélicot, 71, acusou 51 suspeitos identificados pela polícia: “Eu sou um estuprador, como todos os outros nesta sala. Eles não podem dizer o contrário”.
Muitos dos homens, porém, alegaram que não sabiam que Gisèle Pelicot, 71, estava drogada, e pensaram que participavam de sexo consentido, ou de alguma fantasia sexual do casal. Foi difícil, para ela, ouvir a confissão do, agora, ex-marido: “Durante 50 anos, vivi com um homem que não poderia imaginar, nem por um único segundo, que pudesse ter cometido esses atos. Confiei totalmente neste homem.”
Gisèle pediu um julgamento aberto, para que o mundo saiba o que lhe aconteceu, e que fosse identificada pelo nome de casada.
Ela declarou: “Quando você vê essa mulher, drogada, maltratada, morta na cama – é claro que o corpo não está frio, está quente, mas é como se estivesse morta. Esses homens me contaminaram, aproveitaram-se de mim.”
Os convites para o sexo com a esposa foram feitos pela internet. Dominique só pedia aos homens que não se perfumassem, ou cheirassem à fumaça, porque poderiam acordar Gisèle. “Não algemei ninguém; eles próprios vieram me procurar. Eles me perguntaram, e eu disse que sim”.
Esse escabroso caso só foi descoberto porque a polícia flagrou Dominique filmando três mulheres sob suas saias, em 2020. Aí, surgiram as dezenas de cenas de estupro da própria mulher, a partir de 2011. Gisèle diz que só então é que ficou sabendo. Seu ex-marido declarou ao tribunal que está arrependido: “Peço perdão mesmo que não seja perdoável”. Ao que a ex-esposa acrescentou: “Não merecia isso”.
Mensagem no pager do Hezbollah: explosão.
(Mais de mil foram feridos no Líbano)
O último comunicado dos pagers usados pelo Hezbollah foi uma explosão. Mais de mil que a receberam ficaram feridos, alguns em estado grave, em Beirute, no sul do Líbano e no Vale de Bekaa. Hospitais libaneses pedem doações de sangue.
Um funcionário do Hezbollah, no Catar, disse ao jornal The New Arab: “Israel violou os dispositivos de comunicação da organização e os detonou”.
A explosão foi simultânea para todos os usuários dos pagers —um dispositivo eletrônico popular entre os anos 1980 e 1990, usado para conectar pessoas através de uma rede de telecomunicações usando ondas de rádio. Os do Hezbollah transmitem texto codificado, embora alguns usem áudio.
O Hezbollah iniciou uma investigação, com um único suspeito, Israel. Um de seus porta-vozes informou: “Houve vítimas, mas não houve mortes”.
Uma das vítimas do pager explosivo foi o embaixador iraniano no Líbano, Mojtaba Amani. O Ministério da Saúde libanês pediu a todos que descartem seus pagers, “imediatamente”. Houve pelo menos uma explosão até em Damasco.
Nos anos 90, Israel explodiu o celular de um terrorista acusado de matar 70 pessoas em atentados. Era Yahya Aiash, conhecido como “O Engenheiro”, especialista em fabricar bombas. Houve outros celulares que explodiram entre palestinos da OLP na Cisjordânia. Para que isso fosse possível, era preciso trocar o celular das vítimas por outros adulterados, ou esperar que o levassem para reparos. Agora, hackers israelenses penetram em celular para implantar aplicativos de espionagem.
O governo israelense foi reunido na noite de segunda-feira para debater se declara guerra aberta contra o Hezbollah. Tanto o primeiro-ministro Netanyahu quanto o ministro da Defesa, Yoav Gallant, têm a mesma opinião: só mesmo com uma operação militar no Líbano poderão trazer de volta às suas casas os 60 mil deslocados do norte israelense, bombardeado diariamente pelo Hezbollah, em solidariedade ao Hamas. As explosões dos pagers podem ser um prenúncio.